
Os dados publicados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP) revelam que no ano passado, esta forma de pagamento foi a escolhida em 52% das compras feitas pelos consumidores da zona euro.
O recurso a este modo de pagamento é mais expressivo em situações de menor montante e entre cidadãos. São os mais velhos quem mais prefere pagar com notas e moedas.
“O numerário foi utilizado no ponto de venda em 52% das transações (59%, em 2022). Considerando o valor total dos pagamentos realizados, o numerário figura em segundo lugar, com um peso de 39% (42%, em 2022), atrás dos cartões, que dominam com um peso de 45% (46%, em 2022), mas muito distante dos 7% das aplicações móveis (4%, em 2022)”, revela os dados do BdP, apontando para um estudo realizado pelo Banco Central Europeu.
O regulador sublinha um aumento no pagamento através de meios digitais, como os cartões, vistos como mais rápidos e fáceis de utilizar. Na restauração, por exemplo, se compararmos com 2022, os pagamentos em numerário caíram 13 pontos percentuais.
Ainda de acordo com o estudo, as preferências de pagamento não se alteraram. Em 2024, tal como em 2022, mais de metade preferiu pagar com cartões ou meios de pagamento digitais nas lojas, “enquanto 22% preferiam pagar com numerário, e 23% assumiram não ter uma preferência clara”.
Mesmo assim, “houve um aumento, de 62% para 64%, na representatividade dos consumidores que referem ser importante ter a opção de pagar com numerário. Em média, os consumidores consideram os cartões mais rápidos e fáceis de utilizar”.
Dinheiro físico continua a ser o meio de pagamento mais aceite
O uso de moedas e notas continua a ser o meio de pagamento mais aceite (88%), sendo que os cartões bancários estão logo atrás com (85%).
No entanto, o nível de aceitação diminuiu desde 2021, sobretudo, no retalho (-7 pontos percentuais), na restauração (-10 pontos percentuais) e na hotelaria (-13 pontos percentuais).
Os dados mostram que “entre as empresas que aceitam o numerário nos pagamentos, 94% têm a expetativa de continuar a aceitá-lo nos próximos cinco anos”.
“Apesar da aceitação generalizada, as preferências das empresas divergem: 37% preferem pagamentos com cartão, enquanto 25% preferem que os clientes utilizem numerário ou transferências bancárias (21%). Estas percentagens alteram-se um pouco entre as pequenas e médias empresas (PME), cuja preferência pelo dinheiro físico nos pagamentos atinge os 30%. Esta preferência é mais notória na restauração e na hotelaria.”
Em Portugal, emissão líquida de notas diminuiu
Saíram do Banco de Portugal menos 724 milhões de euros e entraram menos 374 milhões de euros em comparação com 2023. “Estas quebras são, ainda, resultado da alteração das regras para a realização de operações de tesouraria no Banco de Portugal, que tornou mais eficiente a recirculação no país”.
“O impacto desta medida no fluxo de entrada de notas no Banco de Portugal terá sido atenuado pelo crescimento do turismo, que continuou a propiciar a acumulação de notas, sobretudo de maior valor. Em termos acumulados, o valor das notas que entraram no Banco de Portugal ultrapassou o valor das notas que saíram, pelo que o indicador de emissão líquida se manteve negativo.”