O Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde anunciou esta sexta-feira a realização de auditorias ao circuito de medicamentos antidiabéticos, como o Ozempic. Face à escassez no mercado, o regulador sublinha que tanto os fármacos agonistas dos recetores GLP-1, onde se inclui o Ozempic, como os sensores de medição de glicémia são comparticipados pelo SNS apenas para o controlo da diabetes mellitus.
"O INFARMED desencadeou um processo alargado de auditorias e inspeções a todo o circuito do medicamento, desde o fabricante e titular de autorização de introdução no mercado, aos distribuidores, farmácias e sistema de saúde . Essas ações iniciaram-se no corrente mês de janeiro", refere.
O Infarmed justifica a decisão com a análise dos dados de utilização disponíveis no final de 2024
É a resposta da Autoridade Nacional do Medicamento à escassez dos fármacos antidiabéticos e à dificuldade no acesso a sensores de medição de glicémia.
Na nota, o regulador esclarece que tem monitorizado a disponibilidade dos fármacos, sobretudo os agonistas dos recetores GLP-1 (Semaglutido, Dulaglutido, Liraglutido e Exenatido) e dos sensores de medição de glicémia.
Sublinha que os medicamentos e os sensores são comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) apenas para a gestão e controlo da diabetes mellitus.
A monitorização é coordenada com a Agência Europeia de Medicamentos e com as autoridades congéneres do Infarmed nos restantes Estados-membros da União Europeia, acrescenta.
Recorde de vendas do Ozempic
As vendas do injetável Ozempic bateram recordes, avança o semanário Expresso. A procura está a provocar escassez nas farmácias e pode mesmo faltar a quem precisa.
Apesar de ser usado para a diabetes, tem tido muita procura por provocar uma sensação de saciedade, que ajuda a perder peso em pouco tempo.
Segundo os últimos dados da monitorização do Infarmed à despesa com medicamentos em ambulatório, de janeiro a outubro de 2024, os antidiabéticos foram a classe terapêutica que representou a maior despesa para o SNS, com cerca de 342 milhões de euros, mais cerca de 35 milhões do que no mesmo período do ano anterior.
Já a substância ativa semaglutido (medicamento Ozempic), que é comparticipado para a diabetes desde maio de 2021, custou ao SNS 33 milhões de euros no mesmo período de 2024, um aumento de 2,1 milhões face aos primeiros dez meses de 2023.
Com Lusa