"O Partido da Terra não se revê neste Orçamento", manifestou a comissão política regional do MPT, na sequência da a proposta de Orçamento Regional para 2025, hoje apresentada.

"É um documento tecnocrático, centralizador, desfasado das prioridades da população. Faltam-lhe coragem política, medidas estruturantes e justiça intergeracional", classifica o Partido da Terra numa nota remetida às redacções.

O MPT critica ainda a inclusão de "políticas ideológicas disfarçadas de igualdade de género", que a seu ver "nada resolvem os problemas concretos das famílias, das empresas e das pessoas que realmente trabalham e vivem nesta Região".

"Apesar do discurso de 'estabilidade e crescimento', esta proposta revela-se mais um exercício de gestão automática, sem uma visão estratégica para resolver os problemas reais da população e do território", sublinha o Partido da Terra, passando a enumerar algumas das medidas ausentes da proposta de Orçamento, a começar pela habitação.

"Não há medidas para limitar a compra de imóveis por fundos estrangeiros ou regular o Alojamento Local integral. A Madeira continua a ser um paraíso para investidores ricos e um inferno para quem aqui nasceu e trabalha", aponta o MPT.

Por outro lado, "fala-se em coesão territorial, mas nada se propõe para travar o abandono das freguesias do interior, valorizar a agricultura tradicional ou reforçar os serviços públicos nas zonas mais isoladas".

O Partido da Terra realça também que "multiplicam-se subsídios e contratos-programa, mas sem qualquer reforço na fiscalização, avaliação de resultados ou publicação de dados em tempo útil".

O MPT defende que todo o apoio público deve estar sujeito a auditoria independente e ser publicado on-line com acesso aberto Comissão política regional do MPT

Este Orçamento, diz ainda o MPT, continua a canalizar "milhões" para "animações turísticas e espetáculos, enquanto ruas, passeios, linhas de água e redes de saneamento continuam ao abandono".

"Este orçamento privilegia o supérfluo à custa do essencial", conclui.