O casal Fernando e Sandra Madureira e os restantes 10 arguidos da Operação Pretoriano vão a julgamento. A decisão instrutória do processo foi conhecida esta quinta-feira, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.

Durante a leitura da decisão instrutória, a juíza explicou que manteve na íntegra a acusação do Ministério Público (MP) porque a prova documental, testemunhal e pericial é forte.

Fernando e Sandra Madureira, Vítor Catão, Hugo Polaco, Vítor Aleixo, Vítor Aleixo (filho), Fernando Saul, Carlos Jamaica, Hugo Fanfas, José Pereira, Fábio Sousa e José Dias vão responder por um total de 31 crimes, a maioria em coautoria.

Fernando Madureira irá aguardar julgamento em prisão preventiva, Vítor Catão fica em prisão domiciliária.

O caso foi desencadeado a 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas, entre as quais o antigo líder dos Super Dragões, Fernando Madureira. O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional “azul e branco” constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano.

A decisão instrutória tinha de ser conhecida até 7 de dezembro, quando se completam 10 meses desde a aplicação do regime de prisão preventiva a Fernando Madureira. A acusação do Ministério Público denuncia uma eventual tentativa da claque Super Dragões de criar "um clima de intimidação e medo" numa AG do FC Porto, para que fosse aprovada uma revisão estatutária "do interesse da direção" do clube, então liderada por Pinto da Costa.

Fernando Madureira era o único arguido em prisão preventiva - que se mantém -, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, igualmente com ligações à claque.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.

Com Lusa