De acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), consultado hoje pela Lusa, 93% desses movimentos de pessoas foram forçados, devido a "ataques ou medo de ataques".

"A maior parte do movimento teve origem nos distritos de Macomia e Meluco em direção às sedes dos distritos", explica-se.

Desde outubro de 2017, Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

Segundo aquela agência da ONU, a província registou ainda deslocamentos de "menor magnitude" a nível dos distritos de Mocímboa da Praia e Muedumbe.

"Alimentação e abrigo (...) são as principais prioridades reportadas pelos deslocados", acrescentou.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos nessa província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio de 2024, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de rebeldes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos ataques armados.

 

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