De acordo com o balanço daquela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana que acompanha os processos eleitorais, 135 pessoas morreram na província e cidade de Maputo, 87 em Nampula, 42 em Sofala, 37 na Zambézia, 15 em Tete, 12 em Inhambane, 11 em Gaza, oito em Manica, quatro em Cabo Delgado e duas em Niassa.

Desde 15 de janeiro, a plataforma eleitoral Decide contabilizou ainda 47 baleados, elevando para 3.500 o número de feridos e cerca de 259 presos, totalizando 4.400 detenções durante os confrontos.

Em declarações à Lusa, Wilker Dias, diretor da Plataforma Decide, explicou que, do número de mortos, 320 foram no contexto pós-eleitoral e 33 durante as diversas manifestações que se têm realizado no país.

Por seu turno, o Governo moçambicano confirmou hoje pelo menos 80 pessoas mortas, bem como a destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias, durante as manifestações pós-eleitorais.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro que deram a vitória a Daniel Chapo nas presidenciais.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, disse na segunda-feira que vai combater as manifestações pós-eleitorais e assegurar a independência e soberania do país.

"Tal como estamos a combater o terrorismo e há jovens que estão a derramar sangue para a integridade territorial de Moçambique, para a soberania de Moçambique, para manter a nossa independência, aqui em Cabo Delgado, mesmo se for para jorrar sangue para defender essa pátria contra as manifestações, vamos jorrar sangue", disse o Presidente moçambicano.

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