
“Depois de quase ano e meio de indefinição e instabilidade política, o povo soberano, na sua secular sabedoria, colocou as coisas nos seus devidos lugares. Separou o trigo do joio. E disse, de forma eloquente e inequívoca, aquilo que sempre soubemos, mas que alguns teimaram em não querer ver”. Palavras de Pedro Fino, o ainda secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas, na cerimónia de tomada de posse dos Órgãos Regionais para o mandato 2025/2028 da Ordem dos Engenheiros.
De saída do Governo Regional, Pedro Fino reforça que “a verdade é que não há progresso sem estabilidade. Não há desenvolvimento planeado e sustentável sem um horizonte de previsibilidade. Pois bem, esse quadro de estabilidade e previsibilidade temo-lo de novo diante de nós. Em boa hora, porque o trabalho urge. Há muito para fazer. Perdemos demasiado tempo em querelas inúteis. Pelo que é preciso voltar a pôr no terreno a nossa reconhecida capacidade de planeamento e concretização. É isso que os madeirenses e porto-santenses esperam legitimamente de nós. Foi isso que recentemente nos disseram de forma clara e expressiva”, conclui.
Na presença de dezenas de engenheiros reclamou maior valorização da profissão.
“Há que valorizar a função da Engenharia na sociedade, bem como relevar o seu papel insubstituível e fundamental no desenvolvimento do nosso país, nos mais diversos níveis da nossa vida colectiva. Mas há que, também, criar condições que atraiam os mais jovens de nós a continuarem por cá, e a contribuírem, com o seu espírito empreendedor e criativo, no desenvolvimento da nossa Região. É verdade que a Madeira é uma terra de desafios. Mas ela é também, e sobretudo, uma terra de muitas e boas oportunidades”, sublinha.
A poucos dias de cessar funções governativas, reforça que “a Autonomia é, e será sempre, um projecto em permanente evolução, que conta com todos, que a todos envolve e mobiliza, e que continuará a apelar ao profissionalismo, à capacidade técnica e à criatividade dos nossos engenheiros, confiando-lhe tarefas muitas vezes difíceis, mas, por isso mesmo, também estimulantes”.
Destacou a obra do Hospital Central e Universitário da Madeira que pela sua “importância estruturante para o futuro da Madeira e dos madeirenses, será sem sombra de dúvida, a obra deste século, tal como o aeroporto da Madeira o foi no século anterior”, afirmou.
Reconheceu que “a Habitação será outro dos desafios a que a engenharia terá de dar a melhor resposta. Para os próximos anos, a política de habitação passará por garantir um equilíbrio entre a oferta e a procura. Todos estamos convocados para o esforço que é necessário continuar a fazer”, concretizou.