![Netanyahu avisa que cessar-fogo vai ser interrompido se o Hamas não libertar reféns até sábado](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
O aviso foi deixado esta terça-feira pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Se o Hamas não devolver os reféns mantidos no enclave até ao meio-dia de sábado, “o cessar-fogo terminará e o Exército voltará a combater intensamente”.
“Todos acolhemos a exigência do Presidente Trump de libertar os nossos reféns até ao meio-dia de sábado, e também acolhemos a visão revolucionária do Presidente para o futuro de Gaza”, disse o primeiro-ministro de Israel.
O anúncio foi feito depois de ter reunido durante quatro horas com o gabinete de segurança. Benjamin Netanyahu diz que a decisão é unânime e explica que já ordenou o reforço do exército no interior e em torno da Faixa de Gaza.
"A decisão que foi aprovada por unanimidade no Conselho de Ministros é a seguinte: Se o Hamas não devolver os nossos reféns até ao meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e o exército retomará os combates intensos até que o Hamas seja finalmente derrotado", disse Netanyahu numa mensagem de vídeo divulgada hoje, sem especificar se se referia aos três prisioneiros que estavam previstos para a troca de sábado ou aos nove da primeira fase ainda vivos".
Um funcionário israelita disse à imprensa local, sob condição de anonimato, que se tratava dos nove reféns ainda vivos e que deveriam ser libertados no prazo de 42 dias após a primeira fase do cessar-fogo.
“À luz do anúncio do Hamas, da sua decisão de violar o acordo e não de libertar os nossos reféns, ontem à noite dei a ordem ao exército para que reunisse forças dentro e à volta da Faixa de Gaza. Esta operação está a decorrer neste momento. Será concluída num futuro muito próximo.”
Tropas israelitas foram mobilizadas para o sul da Faixa de Gaza
Em comunicado, o exército israelita confirmou que tinha mobilizado tropas e reservistas adicionais no sul da Faixa de Gaza "em preparação para vários cenários". No entanto, o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, um dos principais aliados de extrema-direita de Netanyahu, pediu-lhe hoje que seguisse o conselho do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e exigisse que o Hamas libertasse todos os reféns ou enfrentaria o "inferno".
"O primeiro-ministro deve seguir a declaração perfeitamente moral, simples e clara do Presidente Trump e informar o Hamas de forma inequívoca: ou todos os reféns são libertados até sábado ou abriremos as portas do inferno sobre eles, e isso significa que não haverá mais eletricidade, nem água, nem combustível, nem ajuda humanitária", afirmou Smotrich em comunicado.
Pouco antes de Netanyahu anunciar publicamente esta posição, responsáveis israelitas, mais uma vez sob condição de anonimato, já tinham avançado que o governo apoia a ameaça de Trump de desencadear o "inferno" na Faixa de Gaza se os reféns não fossem libertados até ao meio-dia de sábado.
"No que me diz respeito, se não recuperarem todos os reféns até sábado às 12 horas, uma hora apropriada, o que eu diria é que vamos cancelar tudo. Tudo é permitido e vamos deixar o inferno à solta", disse Trump a partir da Sala Oval, depois de assinar várias ordens executivas.
Devido a "violações inimigas” Hamas adia libertação de reféns
As declarações de Netanyahu surgem depois de na segunda-feira o Hamas adiar, até nova ordem, a libertação de mais reféns que estava prevista para sábado.
Devido às “violações inimigas” dos termos do acordo de cessar-fogo, "a entrega dos prisioneiros sionistas, cuja libertação estava prevista para o próximo sábado, 15 de fevereiro de 2025, será adiada até nova ordem", confirmou o Hamas, em comunicado.
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, as duas partes procederam a cinco trocas, libertando 21 reféns e mais de 730 prisioneiros.