"São necessários acordos firmes sobre uma solução definitiva", afirmou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, para quem uma suspensão do conflito, permitindo às tropas "reorganizarem-se", é "absolutamente inaceitável, uma vez que conduziria exatamente ao resultado oposto".

"Garantir uma pausa para o regime agonizante de Kiev e para as forças armadas ucranianas e evitar que a frente entre em colapso", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, para justificar a argumentação de que Kiev aproveitaria para reforçar as suas forças armadas e prolongar o conflito, que completou em fevereiro três anos.

No domingo, o Presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu uma trégua inicial de um mês "no ar, nos mares e nas infraestruturas energéticas".

Na terça-feira foi a vez do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, propor a libertação de prisioneiros e uma trégua no ar e no mar como primeiros passos para o fim do conflito.

Moscovo já descartou uma trégua que permitisse às tropas ucranianas, menos numerosas e menos bem equipadas, reforçar as suas forças, exemplificando com o frágil cessar-fogo em vigor no leste da Ucrânia entre 2015 e o ataque russo em fevereiro de 2022, notando como neste período Kiev reforçou o seu exército.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, tem exigido um cessar-fogo imediato e numa recente discussão na Casa Branca criticou Zelensky por não estar "pronto para a paz" e congelou a ajuda militar crucial a Kiev.

Quarta-feira, o líder dos Estados Unidos admitiu restabelecer a ajuda à Ucrânia se as conversações de paz forem retomadas, segundo o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Mike Waltz.

Zelensky e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, garantiram em várias ocasiões que estão prontos para negociações de paz, sob certas condições, mas nada foi materializado e continuam em lados opostos.

A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos seus aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar, enquanto a Rússia quer uma Ucrânia "desmilitarizada" e que entregue os territórios que afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.

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