A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou, esta sexta-feira, a recusa em debater com o líder do CDS-PP enquanto substituto de Luís Montenegro. Já a líder do PAN disse ponderar apresentar um nome secundário da lista a debate. Quanto à Iniciativa Liberal, aceitou o modelo proposto para os debates das legislativas de 18 de maio.

Luís Montenegro declarou que, nos debates televisivos com os líderes do BE, Livre e PAN, não seria ele próprio a debater. Em vez disso, seria Nuno Melo, presidente do CDS-PP, o representante da coligação dos dois partidos, a estar presente nesses debates.

Embora tecendo críticas à opção do primeiro-ministro, também o PS e o PCP tinham já aceitado a proposta de debates, o que mereceu a censura do líder do Livre. Também BE e PAN pedem “solidariedade” por parte de socialistas e comunistas.

"É com o Luís Montenegro que eu quero debater habitação e o Nuno Melo poderá apresentar-se a debates, o CDS pode apresentar-se a debates, mas isso não tira a responsabilidade do Luís Montenegro. Eu não debaterei com Nuno Melo em substituição de Luís Montenegro", afirmou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, esta sexta-feira, na Futurália, em Lisboa.

"Não escolhe com quem é que debate e não escolhe quem é que envia para o debate, porque isso distorce a democracia, distorce as regras. Se nós damos este poder, e porque este poder é só de alguns e não é de todos, amanhã não temos debates", disse a bloquista

Inês Sousa Real referiu não tem ainda uma decisão definitiva quanto à participação na discussão com sociais-democratas e centristas, mas em cima da mesa está a possibilidade de "solicitar a representação de outro membro da lista".

A líder do PAN argumenta que "se o CDS-PP quer estar presente nos debates, que concorra sozinho a eleições, em igualdade de circunstâncias com as demais forças políticas".

Montenegro “estupefacto” com críticas

O presidente do PSD e primeiro-ministro afirmou estar estupefacto com as críticas da oposição à decisão da coligação dividir a participação nos debates televisivos entre Luís Montenegro e Nuno Melo, sem manifestar qualquer intenção de recuo.

Esta sexta-feira, no final de uma reunião com os municípios envolvidos no projeto Parque Cidades do Tejo, da Área Metropolitana de Lisboa, Luís Montenegro foi questionado sobre as críticas da oposição por a coligação PSD/CDS-PP ter indicado que nos debates televisivos com os líderes do BE, Livre e PAN seria Nuno Melo, presidente do CDS-PP, o representante e não o primeiro-ministro.

"Eu vejo com alguma estupefação. A decisão que tomámos na Aliança Democrática (AD) de utilizar os dois líderes políticos dos dois partidos na campanha eleitoral é uma decisão política que é nossa e que nós assumimos e respondemos por ela. Acusarem-me de estar a fugir de debates é totalmente injustificado", considerou.

"Eu acho que não deve ser entendido como desrespeito a circunstância de o líder de um partido, o partido com mais representação, o PSD, estar na maioria dos debates e o líder do outro partido também poder participar na campanha eleitoral", afirmou, salientando que, ao contrário do que aconteceu em 2024, o CDS-PP tem representação parlamentar.

Questionado sobre a recusa, já manifestada pelo Livre e pelo BE, de debater com o líder do CDS-PP, Montenegro devolveu as acusações de receio que lhe têm sido imputadas.

"Eu creio que parece que quem está com medo de debater é quem apresenta problemas à participação do presidente do CDS nos debates. Eu, por mim, como líder desta coligação, estou muito tranquilo porque sei que o doutor Nuno Melo, nos debates em que participará, vai representar muito bem a proposta política da AD", disse Montenegro.

Com Lusa