O social-democrata Miguel Macedo morreu, esta quinta-feira, em Braga, vítima de ataque cardíaco. Desempenhou vários cargos políticos: foi deputado, líder parlamentar e ministro da Administração Interna de Passos Coelho. Tinha 65 anos.

Natural de Braga, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Tornou-se militante da Juventude Social Democrata (JSD) e aderiu posteriormente ao PSD.

O advogado foi eleito deputado à Assembleia da República em sete legislativas (1987, 1991, 1995, 1999, 2002, 2005 e 2009).

Foi secretário de Estado da Juventude de Aníbal Cavaco Silva, entre 1990 e 1991, e secretário de Estado da Justiça nos governos de coligação PSD/CDS-PP, entre 2002 e 2005.

Foi também secretário-geral do PSD entre 2005 e 2007 (sob direção de Luís Marques Mendes), e líder do grupo parlamentar.

O último cargo político ocupado por Miguel Macedo foi o de ministro da Administração Interna, entre 2011 e 2014, no governo de Pedro Passos Coelho. Demitiu-se em novembro de 2014 na sequência de uma investigação à atribuição de vistos Gold, processo do qual foi absolvido.

Atualmente, exercia advocacia e era comentador no programa "O princípio da Incerteza" da CNN Portugal.

Nasceu em maio de 1959, em Braga. Morreu esta quinta-feira de manhã, aos 65 anos.

"Homem bom", "competente, íntegro e legal": as reações à morte de Miguel Macedo

O PSD diz que recebeu a notícia da morte de Miguel Macedo, um "homem bom", com "profundo pesar". Numa nota no site, assinala que o país e a família social-democrata "ficam mais pobres". A direção nacional do partido "manifesta as mais sentidas condolências" à família e amigos.

À chegada a Belém, onde o Presidente da República reúne o Conselho de Estado, Luís Montenegro realça que Miguel Macedo foi um homem "bom, sério e determinado", a quem o país e o PSD "muito devem". É um momento de "grande tristeza e de profundíssima consternação".

"Tocou muitos portugueses e muitos políticos e eu sou um deles", referiu ainda.

No X, Paulo Rangel diz estar "devastado" pela morte do antigo ministro. Escreve que conviveu "muito" com o colega, que considera "competente, íntegro e legal". "Sofreu as agruras de injusta acusação, quebrando uma carreira irrepreensível. Todas as palavras são vãs", diz ainda.

O social-democrata Luís Marques Mendes recorda, numa declaração à Renascença, uma pessoa "extraordinária" e "bem formada" e diz estar em "choque completo". O antigo líder do PSD diz que Macedo não era apenas um colega, era também um dos seus melhores amigos há décadas.

O deputado do PSD Hugo Carneiro diz que a família social-democrata "está de luto". Numa publicação no X, diz que Miguel Macedo desempenhou as funções com um "brio" e "retidão" exemplares. "Foi alvo de um processo injusto", lembra.

A socialista Alexandra Leitão, com quem partilhava o espaço de comentário na CNN Portugal, lamenta a morte do colega e diz que recebeu a notícia com "profunda consternação".

Artigo em atualização.