
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou hoje que, se durante o 'apagão' energético que afetou o país na segunda-feira, "estivesse a falar de hora a hora" publicamente, não estaria a trabalhar.
"O primeiro-ministro estava a coordenar todo esse trabalho também de equipa, se o primeiro-ministro estivesse a falar de hora a hora, como alguns julgavam que era mais adequado, o primeiro-ministro não estaria a trabalhar, estaria de hora a hora a fazer uma atualização e a preparar-se para aquilo que ia dizer", afirmou, depois de o líder do PS ter considerado que o Governo falhou na comunicação.
Luís Montenegro falava aos jornalistas à chegada à residência oficial, em Lisboa, onde decorre hoje o evento "São Bento em família", com momentos culturais abertos à população.
"Nós falámos quando devíamos falar, demos as informações que devíamos dar, de maneira a não dar nenhuma expectativa que não pudesse depois ser satisfeita", defendeu, referindo que, ao mesmo tempo, o Governo não quis ser pessimista e agiu "com sentido de responsabilidade, para tranquilizar as pessoas".
O primeiro-ministro assinalou que o país ficou "numa situação muito complicada".
"Não foi fácil, mas creio que os portugueses deram uma grande prova de maturidade, de serenidade também e de superação", defendeu.
O chefe de Governo a nível internacional Portugal está a ser elogiado por ter tido "uma capacidade enorme de, numa dúzia de horas, recuperar de uma situação que era uma situação extremamente complexa, inédita, inesperada".
"É um elogio a toda a gente, é um elogio em primeiro lugar aos portugueses, é um elogio, como disse ainda ontem [quarta-feira], aos técnicos que colaboraram para resolver a situação, é um elogio aos funcionários públicos e aos funcionários das empresas que colaboraram para garantir os serviços essenciais e o funcionamento das infraestruturas críticas, e é assim, eu não vou estar a elogiar o Governo, mas o Governo fez a sua parte", indicou.
Montenegro referiu que o executivo "esteve reunido, ininterruptamente, desde a uma da tarde até à meia-noite, com todos os ministros a tratarem de coordenar os serviços que tutelam".
"Ainda ontem eu assisti a uma crítica por uma pretensa ausência dos ministros, ou no caso de duas ministras, das câmaras ou dos holofotes, dos microfones da comunicação social. Essas ministras, como aliás todos os outros membros do Governo, estavam a trabalhar, estavam a cumprir a sua tarefa, estavam a resolver problemas prementes para a vida das pessoas, estavam a cumprir a sua missão, estiveram aqui comigo, foi neste edifício que passaram o dia, ao meu lado, com um espírito de equipa, de entreajuda, e a tutelar e a falar permanentemente com os serviços que estão na sua esfera de dependência", sustentou.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu na terça-feira de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.