O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse este sábado, na Alemanha, que o anunciado aumento de investimento em Defesa, para atingir a fasquia dos 2% do PIB, não implica um orçamento retificativo e não será feito à custa de serviços sociais.

"Não implica nenhum orçamento retificativo, deixo isso hoje muito claro. Nós vamos fazê-lo de acordo com as disponibilidades que estão no Ministério das Finanças e tencionamos, no próximo ano, aprovar um Orçamento do Estado que contemple também esse caminho", declarou.

Montenegro falava à imprensa à margem de um encontro com a comunidade portuguesa em Estugarda, onde se deslocou hoje acompanhando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para uma cerimónia de comemoração do Dia de Portugal, na véspera de ambos assistirem, em Munique, à final da Liga das Nações em futebol, que oporá as seleções portuguesa e espanhola.

Luís Montenegro, que, na quinta-feira, no seu discurso de tomada de posse, anunciou que Portugal vai antecipar o objetivo de atingir o investimento de 2% do PIB em Defesa "se possível já este ano", reiterou hoje que o seu Governo não vai "retirar o esforço do lado da despesa com os serviços sociais", nem "colocar em causa o equilíbrio das contas públicas".

"Vamos gerir do ponto de vista financeiro o país de maneira a conciliar todos estes interesses", declarou.

Sobre os alertas do Banco de Portugal, que, na sexta-feira, reviu em forte baixa a estimativa do crescimento da economia portuguesa este ano, de 2,3% para 1,6%, o chefe de Governo insistiu que "a situação económica de Portugal é boa, a situação financeira de Portugal é equilibrada", embora admitindo que "os desafios são grandes".

Com LUSA