
O Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM) registou mais de 500 mil casos de fraude e incidentes nas telecomunicações no país durante o ano passado, foi hoje anunciado.
"Estamos habituados a receber todos os dias uma mensagem: agora ganhaste dinheiro (...), há situações em que uma fraude começa num operador `A´ mas afeta o subscritor do operador `B", começou por explicar o porta-voz do INCM, Adilson Gomes, à margem de um workshop sobre segurança e resiliência nas comunicações, hoje, em Maputo.
De acordo com o representante, a maioria das tentativas de fraudes, acima de 500 mil no ano passado, tiveram sucesso, com uma taxa de 66,3%, o que demonstra a necessidade de cooperação.
"Há trabalhos por serem feitos, muito associados à colaboração e à constante capacidade de reforço para o combate às fraudes. Todos os dias surgem novos tipos, então é preciso que haja uma velocidade na sofisticação para responder a estas situações", defendeu ainda.
Outro dado alarmante apontado pelo porta-voz é a prevalência de dispositivos piratas.
"Nós, nas redes de telecomunicações, temos dispositivos ativos de cerca de 21 milhões. E desses, 10,2 milhões são piratas, são fraudulentos, não passaram pelo processo de homologação", reconheceu.
A resiliência das redes também foi afetada, principalmente por ciclones, que causaram interrupções de serviços com um impacto estimado em 10,8 milhões de dólares em 2024, segundo dados apresentados ainda pelo INCM no evento.