
Um dos editores da revista norte-americana “The Atlantic” foi incluído, por engano, num grupo online onde foram partilhados planos militares norte-americanos, especificamente planos de bombardeamentos a posições dos rebeldes hutis, do Iémen, que têm sido responsáveis por ataques a navios comerciais no mar vermelho, em alegada retaliação pelo apoio do Ocidente à guerra de Israel em Gaza.
Jeffrey Goldberg, que escreveu toda a história na revista que ajuda a dirigir, diz que a conversa no grupo da aplicação Signal culminou com o ministro da Defesa, Pete Hegseth, a partilhar detalhes altamente confidenciais, detalhados e sensíveis sobre os planos do Pentágono para estes ataques aéreos.
No grupo em que o jornalista foi incluido estavam “patentes” tão altas como o vice-Presidente, JD Vance, ou o conselheiro para a segurança nacional de Donald Trump, Michael Waltz, o “culpado” pelo envio da ligação a Goldberg. Vance, lê-se na “The Atlantic”, foi contra os ataques, desviando-se da posição de Trump, classificando a decisão como “um erro” e dizendo até não ter a certeza de que o Presidente estivesse consciente “de quão inconsistente isto é com a [sua] mensagem sobre a Europa agora”.
As reações não se fizeram esperar. "Se os republicanos da Câmara [dos Representantes] não abrirem IMEDIATAMENTE um inquérito sobre como isto aconteceu, eu próprio o farei", escreveu o deputado Pat Ryan, democrata de Nova Iorque, que faz parte do Comité do Exército, numa publicação nas redes sociais.
Trump diz que não sabia de nada
O Presidente dos Estados Unidos disse que não sabia nada sobre a divulgação acidental a um jornalista de informações altamente confidenciais sobre operações militares norte-americanas.
"Esta é a primeira vez que falam comigo sobre isto", garantiu Donald Trump, em declarações aos jornalistas.
Horas antes da declaração do Presidente, a Casa Branca já tinha dito que Jeffrey Goldberg pode ter sido incluído por engano no grupo online. O caso, se vier a ser verificado, constitui uma das violações de segurança de maior visibilidade na história militar recente dos EUA.
"Parece que neste momento a cadeia de mensagens relatada no artigo é autêntica, e estamos a investigar como é que um número foi adicionado por engano", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes.