A estrutura política de Juventude do PSD, a JSD, está a ser alvo de contestação interna.

Este sábado, dia 29 de Março, um militante da organização de jovens social-democratas, Ricardo Pestana Azevedo, recorreu às redes sociais para manifestar o seu descontentamento com a actual liderança, a quem acusa de "desrespeito flagrante" pelos estatutos da JSD e de "bloquear a "necessária renovação" da estrutura.

Na origem das críticas está a "não realização das eleições das concelhias, onde deveriam ocorrer no último trimestre de 2024".

"Esta omissão não é um mero detalhe burocrático, mas sim um golpe na renovação e na representatividade das nossas estruturas locais. A ausência de eleições impediu novos militantes de assumirem responsabilidades, bloqueou a necessária renovação, este incumprimento impossibilitou a candidatura de militantes que, em fase final deste percurso pela JSD, poderiam acrescentar uma visão madura e transmitir experiências e conhecimentos aos militantes recém chegados. Eu e outros companheiros fomos impedidos de concorrer nas eleições concelhias, devido ao flagrante incumprimento dos estatutos da JSD", expõe Ricardo Azevedo numa publicação partilhada na sua página de Facebook.

"A JSD Madeira, outrora uma força irreverente, combativa e proativa, transformou-se numa estrutura apática, desprovida de dinamismo e fechada sobre si mesma, onde a militância não se rege pela diversidade regional. A nossa juventude partidária sempre foi um espaço de debate, de intervenção e de defesa intransigente dos princípios democráticos. No entanto, sob a atual liderança, esses valores foram abandonados, colocados em segundo plano, assim foi para atingir objetivos que nada beneficiam a estrutura. O incumprimento dos estatutos da JSD Madeira não é apenas uma falha administrativa, é um atentado contra a democracia interna da nossa estrutura", sublinha a mesma publicação.

O jovem social-democrata vai mais longe e acusa Bruno Melim, líder da JSD Madeira, de actuar de forma "antidemocrática".

"A JSD Madeira não pode ser gerida como um clube fechado, onde se perpetuam interesses e se sufoca a participação de novos quadros. A falta de um calendário eleitoral regular é inaceitável e desrespeita a essência da nossa organização", reitera Azevedo, apontando ainda que "ao longo de 2024, apenas um Conselho Regional foi realizado".

A seu ver, tal demonstra "um total desinteresse pela participação activa dos militantes e pela construção de um projeto colectivo".

Esta liderança falhou, falhou na missão de liderar com transparência, falhou no compromisso com os estatutos e, acima de tudo, falhou com os jovens que acreditam numa JSD forte, combativa e preparada para enfrentar os desafios do futuro Ricardo Pestana Azevedo, JSD

Para o jovem militante a conclusão é clara: "a JSD Madeira precisa de uma renovação urgente, de um novo rumo e de dirigentes que compreendam que a democracia não pode ser meramente discursiva, mas tem de ser praticada no dia-a-dia", insiste.