
O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, destacou, este domingo, que a AD coligação PSD-CDS/PP alcançou uma vitória "contundente e indiscutível" na região e que o PS "pagou muito caro" a queda do Governo.
Segundo o também chefe do executivo madeirense (PSD/CDS) a região teve "mais uma grande vitória, foi uma vitória concludente e indiscutível", já que venceu nos 11 concelhos da Madeira e em 49 das 54 freguesias do arquipélago.
Albuquerque agradeceu a participação da população madeirense neste ato eleitoral, considerando que "ao contrário das expectativas e ao facto de termos eleições de forma recorrente nos últimos anos houve uma participação significativa importante da população" que participou neste ato cívico de "continuar a participar massivamente" os sufrágios.
"É importante também sublinhar que a transferência de votos efetuou-se ao nível dos partidos da esquerda e que a AD reforçou a sua votação relativamente a 2024, quer em percentagem, quer em número de votos", adiantou.
Miguel Albuquerque referiu que, em relação às últimas eleições nacionais, a AD teve mais 5,4% dos votos e mais de 4.000 votos do que nas eleições de 2024, complementando que "o que se deu foi uma transferência maciça de votos da parte do PS" que, apontou, "teve uma grande quebra na Madeira, e que foi diretamente para o Chega", não tendo afetado o eleitorado do PSD/CDS, "nem pôs em causa a vitória" alcançada.
"O PS pagou muito caro a irresponsabilidade de derrubar o Governo"
Para o governante insular, "o PS pagou muito caro a irresponsabilidade de derrubar o Governo" e, acrescentou, "sendo um partido da formação do sistema democrático tem que aprender com esta lição".
O líder social-democrata madeirense, opinou que o Presidente da República deve respeitar a vontade do eleitorado expressa nas urnas, dado que a coligação AD "claramente maioritária" e "deve indicar Luis Montenegro como candidato a primeiro-ministro e incumbi-lo da formação do Governo".
Também defendeu ser necessário "criar condições de estabilidade", adiantando que "isso passa por acordos pontuais para a aprovação do Programa do Governo e do Orçamento".
"Não é desejável para o país", face ao cenário económico, a atual situação política internacional e aos desafios necessários de crescimento económico, "continuar a brincar aos partidos políticos e às eleições todos os anos".
"Há um quadro político maioritário que foi definido pelo eleitorado e todos os partidos devem assumir essa responsabilidade", disse Albuquerque, sustentando ser "necessário, além das ambições partidárias conjunturais e jogos dos partidos de poder, levar em conta aquilo que são os interesses fundamentais do país".
Miguel Albuquerque reforçou que devem ser postos os interesses do país à frente dos partidários:
"Ao fim de 50 anos de democracia, quer o PS, quer o PSD têm de assumir as suas responsabilidades no quadro de uma democracia madura e perceber que esses acordos não põem em causa nem a luta partidária, nem a identidade de qualquer um dos partidos, como acontece na maioria dos países europeus".
O presidente do governo madeirense adiantou que esta postura é "cada vez mais importante para fazer frente aos populismos", sublinhando que é impossível "continuar a meter a cabeça na areia", porque "o que está em causa é a salvaguarda da democracia".
A AD - Coligação PSD/CDS venceu as eleições legislativas de hoje na Madeira com 41,35% dos votos e três deputados eleitos, e o Juntos Pelo Povo conseguiu o seu primeiro deputado.
Segundo os resultados provisórios oficiais da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, quando estão apuradas as 54 freguesias, o Chega foi a segunda força política naquele círculo eleitoral com 20,90% dos votos e um deputado eleito, o PS ficou em terceiro com 13,46% dos votos e também um deputado, e o partido Juntos Pelo Povo (JPP), com 12,32% dos votos, elegeu pela primeira vez um deputado à Assembleia da República.
- Com Lusa