
As emissões da Radio France Internationale (RFI) e do canal televisivo France 24 foram suspensas hoje no Togo por três meses após a autoridade reguladora da comunicação social acusar as empresas de transmitirem "informações inexatas e tendenciosas".
A suspensão dos meios de comunicação social estatais franceses ocorre dez dias após manifestações antigovernamentais terem abalado a capital do Togo, Lomé.
Num comunicado de imprensa, a Alta Autoridade para o Audiovisual e a Comunicação (HAAC) afirma que "várias emissões recentes transmitiram factos inexatos, tendenciosos ou mesmo contrários ao estabelecido, pondo em causa a estabilidade das instituições republicanas e a imagem do país".
A HAAC acrescentou que esta medida "surge na sequência de repetidas violações, já denunciadas e formalmente revogadas, em termos de imparcialidade, rigor e verificação dos factos".
"O pluralismo de opinião não autoriza a divulgação de inverdades ou a apresentação tendenciosa de notícias. A liberdade de imprensa não pode ser sinónimo de desinformação ou de ingerência", continua a instituição.
No início de junho, manifestações convocadas e incentivadas atarvés das redes sociais por jovens e ativistas da sociedade civil tiveram lugar em Lomé para protestar contra o regime liderado por Faure Gnassingbé desde 2005.
Os manifestantes protestavam contra a detenção de críticos do regime, o aumento do preço da eletricidade e a reforma constitucional que permitiu a Gnassingbé consolidar o seu poder.
Os participantes foram dispersos pela polícia e cerca de cinquenta pessoas foram detidas e depois libertadas, enquanto outras ainda estão detidas.
Os jornalistas que cobriam as manifestações foram brevemente detidos e obrigados pela polícia a apagar as imagens.
O Togo ocupa o 121.º lugar entre 180 países no índice de liberdade de imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) 2025, o que representa uma descida de 8 lugares em relação a 2024.