O chefe de Estado português condenou hoje o ataque contra um grupo de turistas em Pahalgam, na parte de Caxemira sob administração indiana, que qualificou como um "terrível ataque" de natureza terrorista.

"Presidente da República condena o ataque terrorista em Caxemira", lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.

Nesta mensagem, refere-se que Marcelo Rebelo de Sousa "condena o terrível ataque que vitimou mais de vinte pessoas em Pahalgam, na região de Caxemira, na Índia, e expressa as suas mais sentidas condolências aos familiares das vítimas, assim como ao povo indiano".

Na terça-feira, homens armados abriram fogo contra turistas em Pahalgam, que fica a cerca de 90 quilómetros da cidade de Srinagar, na Caxemira controlada pela Índia. Pelo menos 28 pessoas morreram e várias outras ficaram feridas neste ataque.

A polícia indiana afirmou que se tratou de um ataque terrorista realizado por combatentes que lutam contra o domínio indiano na região.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, classificou o ataque como um "ato hediondo" e prometeu que os seus autores "responderão perante a justiça".

Há duas semanas, o chefe de Estado português recebeu no Palácio de Belém a Presidente da Índia, Droupadi Murmu, em visita de Estado a Portugal.

Há cinco anos, Marcelo Rebelo de Sousa esteve na Índia, também em visita de Estado, dividida entre Nova Deli, Mumbai e Goa, em fevereiro de 2020.

Durante essa visita, teve encontros com o então Presidente da República da Índia, Ram Nath Kovind, e com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Na sequência do ataque de terça-feira, o exército indiano anunciou hoje que matou "dois terroristas" num tiroteio na Caxemira administrada pela Índia e apreendeu grandes quantidades de armas e munições.

As autoridades indianas acusaram em várias ocasiões o Paquistão de apoiar grupos armados em Caxemira, uma região disputada entre os dois países desde 1947 e pelo controlo da qual estes travaram duas das três guerras desde a independência do Reino Unido.

Em 1999 registou-se um breve mas intenso confronto militar entre as duas potências nucleares e desde 2003 está em vigor uma frágil trégua.

A Índia mobiliza permanentemente cerca de 500.000 soldados na sua parte de Caxemira, embora os combates tenham diminuído desde que o Governo de Narendra Modi revogou a autonomia limitada do território em 2019.

As autoridades indianas estão a trabalhar para tornar esta região montanhosa num destino turístico. Vários 'resorts' estão em desenvolvimento, incluindo alguns localizados perto da fronteira fortemente militarizada que divide Caxemira entre a Índia e o Paquistão.

Cerca de 3,5 milhões de turistas visitaram Caxemira em 2024, a maioria indianos, segundo dados oficiais.

Em 2023, a Índia acolheu uma reunião de turismo do G20 em Srinagar para assinalar o regresso da calma à região após a repressão maciça que se seguiu à revogação da sua limitada autonomia.