
"Posso dizer com toda a certeza que os americanos não têm qualquer plano para o conflito na Ucrânia. Absolutamente nenhum. O que estão a fazer é testar as águas", comentou o líder bielorrusso durante uma visita a Moscovo antes de se encontrar à porta fechada com o homólogo russo, Vladimir Putin.
Lukashenko aconselhou a Rússia a não se deixar enganar pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que descreveu como "um homem dos media que pode fazer uma declaração de manhã e outra à noite".
"Os factos são o que importa", declarou o Presidente bielorrusso, acrescentando que iria abordar no seu encontro com Putin as conclusões do encontro entre as delegações de Washington e de Kiev na terça-feira na cidade saudita de Jeddah.
No seguimento da reunião, as autoridades norte-americanas propuseram um cessar-fogo de 30 dias, que a Ucrânia aceitou rapidamente, devendo um enviado de Trump apresentar os termos do acordo a Moscovo, que ainda não se pronunciou.
No entanto, Lukashenko antevê que "será difícil", argumentando que o seu aliado russo "tem grandes trunfos na manga" ao fim de mais de três anos de conflito, iniciado pela invasão das tropas de Moscovo em fevereiro de 2022.
Além disso, não descartou que a trégua temporária não passe de "um truque" e sugeriu que os ucranianos acabariam por violá-la.
O líder da Bielorrússia alegou que durante os 30 dias de pausa nas hostilidades, a indústria de armamento continuará a operar e a fazer entregas para a frente de combate, tal como as armas provenientes do estrangeiro.
"Não deverá haver qualquer movimento, mas os ucranianos provavelmente não aceitarão", observou.
Em declarações conjuntas aos meios de comunicação social, Vladimir Putin elogiou os valores do comércio entre os dois países, atingindo o recorde de 50 mil milhões de dólares (46 mil milhões de euros) "apesar de todas as dificuldades externas".
O líder do Kremlin destacou ainda os últimos acordos assinados para desenvolver conjuntamente a produção em diversas áreas, como a indústria aeronáutica, e manifestou a esperança de receber o homólogo bielorrusso de novo em 09 de maio, dia em que se assinala a vitória soviética na Segunda Guerra Mundial.
HB // APN
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