O Livre vai avançar com uma queixa relativa ao discurso feito por André Ventura, no Parlamento, na cerimónia do 25 de Novembro. A notícia é avançada pela líder parlamentar Isabel Mendes Lopes, em entrevista ao jornal Expresso.
No discurso que fez durante a sessão solene do 25 de Novembro na Assembleia da República, citando o antigo militar Jaime Neves sobre a guerra do Ultramar, o presidente do Chega defendeu que era preciso “continuar a limpeza”, apontando para as bancadas da esquerda. Declarações e gestos que o Livre interpretou como "apologia de crimes de guerra” e uma “clara ameaça aos deputados de esquerda”.
Na altura, André Ventura respondeu acusando o Livre de querer "protagonismo" à custa do Chega.
Agora, o partido levou o tema à comissão parlamentar de Transparência e Estatuto dos deputados desta quarta-feira, dando início a um processo para enviar uma queixa ao grupo de trabalho do Código de Conduta dos deputados na Assembleia da República.
“É essencial que os democratas e as instituições sinalizem” e não permitam que este tipo de discurso passe “sem contraditório” ou condenação, afirmou Isabel Mendes Lopes, na entrevista ao Expresso.
A líder parlamentar do líder deixa ainda críticas ao presidente da Assembleia da República, afirmando que José Pedro Aguiar-Branco tem sido “cúmplice” com a atuação do Chega.
Recorde-se que, a propósito do discurso de André Ventura na cerimónia do 25 de Novembro, o Livre apelou a Aguiar-Branco para que houvesse uma nota de repúdio à intervenção feita pelo líder do Chega. O pedido foi recusado pelo presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco.