O Papa Leão XIV, que hoje falou na Praça de São Pedro da "Ucrânia martirizada" que espera "negociações para uma paz justa e duradoura", recebeu pela primeira vez o seu Presidente, Volodymyr Zelensky, em audiência privada.

Zelensky, que estava acompanhado pela mulher, Olena Zelenska, ouviu Leão XIV agradecer-lhe a "paciência na espera" antes do encontro, pois teve de "saudar todas as delegações" que participaram na missa inaugural do pontificado, celebrada na Praça de São Pedro, no Vaticano, perante delegações oficiais de todo o mundo.

No encontro estiveram presentes também, entre outros, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sibiga, o chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, e o embaixador ucraniano junto da Santa Sé, Andrii Yurash.

No final da missa, o Papa disse que "a Ucrânia está finalmente à espera de negociações para uma paz justa e duradoura", o que levou Zelensky a declarar-se "grato pelas palavras especiais" do pontífice, numa mensagem publicada no Telegram.

"Apreciámos as palavras especiais proferidas hoje durante a missa solene sobre a necessidade de uma paz justa e a atenção prestada à Ucrânia e ao nosso povo. Todas as nações merecem viver em paz e segurança", escreveu Zelensky.

O antecessor de Leão XIV, o Papa Francisco, tinha-se também empenhado em prol da paz na Ucrânia, sem, contudo, obter resultados concretos.

Antes da missa, Zelensky apertou a mão ao vice-Presidente dos Estados Unidos da América, JD Vance, que não via desde a sua altercação na Casa Branca com Donald Trump, no final de fevereiro.

Entretanto, na noite de sábado, a Rússia lançou um ataque de drones contra várias regiões da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, dois dias depois das primeiras conversações de paz desde 2022, organizadas em Istambul, que não conseguiram produzir uma trégua.

No final da missa de hoje, Leão XIV falou também da catástrofe humanitária em curso em Gaza devido à guerra entre Israel e o Hamas.

"Não podemos esquecer os irmãos e irmãs que estão a sofrer por causa da guerra. Em Gaza, as crianças, as famílias e os idosos que sobrevivem estão a sofrer de fome", afirmou o pontífice.

Após o fracasso das negociações para prolongar uma trégua de dois meses, Israel retomou os bombardeamentos em Gaza em 18 de março, e desde há semanas que tem vindo a bloquear a entrada de toda a ajuda humanitária vital para a população do território.