
O magnata do hip-hop Sean "Diddy" Combs começou esta segunda-feira a ser julgado por suspeitas de tráfico sexual. Os procuradores alegam que o fundador da Bad Boy Records fez uso da fama e fortuna para abusar sexualmente de mulheres. A defesa argumenta que não é crime ter um estilo de vida de "swinger".
Na declaração inicial, a advogada de "Diddy" mencionou a quantidade de óleo de bebé apreendida pelas autoridades. Durante as buscas à casa do rapper, no ano passado, a polícia encontrou armas, munições, drogas, vídeos de festas privadas e mais de mil unidades de óleo de bebé.
"Talvez conheçam o seu gosto por óleo de bebé. Isso é um crime federal? Não", afirmou Teny Geragos.
Os procuradores dizem que os frascos de óleo de bebé eram utilizados nas chamadas "freak-offs" - festas com elaboradas performances sexuais, nas quais o músico drogaria e coagia as vítimas a participarem em atos sexuais prolongados.
A procuradora Emily Johnson afirmou, na declaração inicial, que Sean Combs liderou uma conspiração criminosadurante duas décadas com a ajuda de um círculo restrito de seguranças e funcionários de alto escalão.
"Para o público, ele era Puffy, Puff Daddy ou Diddy: um ícone cultural, um empresário, maior que a vida. Mas havia outro lado – um lado que dirigia uma organização criminosa. Durante este julgamento vão ouvir falar de 20 anos de crimes do arguido", disse a procuradora.
Segundo Emily Johnson, "Diddy" atacava brutalmente as mulheres que resistiam a participar nas festas. Acrescentou ainda que os jurados iriam ouvir testemunhos "dolorosos" de mulheres que alegam ter sido frequentemente agredidas pelo magnata.
"Elas vão contar-vos algumas das experiências mais dolorosas das suas vidas. Os dias que passaram em quartos de hotel, sob o efeito de drogas, vestidas com disfarces para satisfazer as fantasias sexuais do arguido," declarou a acusação.
Por sua vez, a advogada de defesa, Teny Geragos, respondeu que o Ministério Público está a tentar distorcer relações românticas de Sean Combs para construir um caso de extorsão e tráfico sexual.
"Sean Combs é um homem complexo, mas este não é um caso complexo. Tratam-se de escolhas voluntárias feitas por adultos capazes, em relações consensuais," disse.
Sean "Diddy" Combs, acusado de conspiraçãopara extorsão, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição, declarou-se inocente. O rapper norte-americano pode enfrentar uma pena entre os 15 anos e a prisão perpétua.
Na audiência desta segunda-feira, a mãe de "Diddy" sentou-se na primeira fila do tribunal, juntamente com os seis filhos do artista. Vestido com uma camisa branca e calças caqui, Sean Combs sorriu à família e mandou-lhes um beijo antes de se sentar com os advogados.
Ao longo do julgamento, que deverá durar dois meses, espera-se que os jurados ouçam o testemunho de pelo menos, três mulheres, bem como de antigos funcionários que, segundo os procuradores, ajudaram a organizar e encobrir os atos criminosos.