"Temos quadros, temos capacidade, temos um programa reformista e hoje, em particular, gostaria de falar que vamos colocar a receita fiscal extraordinária [da região] de 214 milhões para baixar os custos das empresas e das famílias", afirmou.

Élvio Sousa, também secretário-geral do Juntos Pelo Povo, partido constituído na Madeira em 2015 e hoje o segundo maior da oposição, falava no âmbito de uma iniciativa de campanha junto à igreja matriz de Câmara de Lobos, concelho contíguo ao Funchal a oeste, onde a candidatura se cruzou com elementos do PS.

"Não é presságio. É coincidência", disse o candidato do JPP, numa alusão às tentativas que os dois partidos já fizeram para estabelecer acordos de governo, mas que ainda não se concretizaram.

Élvio Sousa explicou, depois, que também se cruzou com elementos de outros partidos, pois várias candidaturas escolheram Câmara de Lobos para o arranque da campanha oficial.

"Nós gostaríamos de transmitir hoje uma mensagem de esperança para as famílias, para os cidadãos e para as empresas da Madeira, sobretudo porque temos uma possibilidade histórica de ter um governo liderado pelo Juntos Pelo Povo", declarou.

Nesse sentido, prometeu reduzir os impostos - IVA, IRC, IRS e ISP -, e regular e baixar o preço do gás e da fatura energética, bem como os custos do transporte de mercadorias, com a abertura de um concurso internacional para a operação portuária e a ativação de um serviço de ferry para transporte de mercadorias e passageiros entre a região e o continente.

"O JPP vai utilizar a margem de receita extraordinária não só para habitação e saúde, mas também reduzir o custo de vida e apoiar o tecido empresarial", disse, para logo reforçar: "As empresas na região precisam de menos custos [...] por via da redução de impostos, da redução da fatura energética e disponibilizando outras fontes alternativas de transporte de mercadoria por via do ferry".

A redução dos preços da operação portuária foi outra medida referida.

As legislativas de 23 de março na Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

Os sociais-democratas venceram todas as legislativas regionais e governam há 49 anos o arquipélago. Para garantir a maioria absoluta o PSD já fez acordos com o CDS-PP e o PAN, mas o atual executivo (em gestão) é minoritário.

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