
O Governo iraniano assegurou hoje que o seu programa nuclear permanece ativo, apesar dos bombardeamentos israelitas que levaram Teerão a responder com o lançamento de centenas de mísseis e 'drones' contra cidades em Israel.
"O programa nuclear do Irão está vivo", garantiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, antes de sublinhar que Teerão vai continuar a atividade neste setor apesar dos bombardeamentos israelitas.
Baqaei - que criticou Israel por "estabelecer um precedente perigoso" ao atacar instalações nucleares iranianas - argumentou ainda que esta ofensiva israelita prejudica o Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual o Irão é signatário, embora Israel não o seja.
Para o porta-voz iraniano, o programa nuclear do seu país está a ser utilizado por Israel como "uma desculpa" para "criar o caos e enfraquecer todos os países da região".
Bagaei apelou à França, ao Reino Unido e à Alemanha --- conhecidos como a coligação E3 --- para pressionarem o seu aliado a pôr fim ao conflito.
Também várias figuras iranianas - incluindo as vencedoras do Prémio Nobel da Paz Narges Mohammadi e Shirin Ebadi, para além de cineastas vencedores de prémios de Cannes, como Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof - apelaram hoje ao "fim das hostilidades militares" entre Israel e o Irão e à interrupção do enriquecimento de urânio pela República Islâmica.
"O contínuo enriquecimento de urânio e a guerra devastadora entre a República Islâmica e o regime israelita não servem os interesses do povo iraniano nem da humanidade. Este conflito não só destrói as infraestruturas e mata vidas civis, como também representa uma séria ameaça aos próprios alicerces da civilização humana", escreveram estas personalidades, num artigo de opinião publicado pelo jornal francês Le Monde.