
A projecção da RTP/ Católica à boca das urnas dá a vitória à Aliança Democrática e cai por terra a possibilidade de vir a ser a Iniciativa Liberal a dar estabilidade governativa que o líder do PSD, Luís Montenegro tanto queria. Gonçalo Maia Camelo, líder da IL Madeira, reconhece que a nível do país, a IL não terá sido forte o suficiente para poder fazer a diferença, diz que estas eleições só serviram ao Chega e reconhece desde já a impossibilidade de eleger um deputado pela Madeira à Assembleia da República. Sem nomear, critica a comunicação social pela cobertura dada nos últimos dias da campanha ao caso clínico de André Ventura e pede reflexão aos partidos e aos órgãos informativos.
Numa análise aos resultados numa perspectiva nacional, o coordenador da IL sublinha a grande derrota do Partido Socialista que sobressai nas várias projecções. “Há um grande derrotado que é o PS, o PS arrisca-se a descer a votação, a descer a sua representatividade e portanto há claramente um cartão vermelho e a Pedro Nuno Santos”, começou por dizer. Por outro lado, destaca a “clara maioria de direita” a nível da Assembleia da República, ficando no ar a dúvida se o Chega passará mesmo a segunda força política no parlamento em Lisboa. Sobre a IL, pede tempo, uma vez que as projecções tanto permitem um bom como um mau resultado, pelo que resta esperar.
A AD e a IL não formam um governo com maioria, o que quer dizer que deixa de estar na mira a coligação entre os dois. “Essa possibilidade, não digo que esteja afastada de haver uma coligação, mas fica no fundo afastada a possibilidade de haver a maioria absoluta que daria uma estabilidade ao país”, frisou. “Se não nos confiaram esse papel, é porque acharam que não o merecíamos, há que aceitá-lo e há que interpretá-lo”, reagiu.
O grande beneficiado da eleição ser, aparentemente, o partido Chega. “Obriga-nos a reflectir”, defendeu. A seu ver, obriga os partidos “a reflectir porque é que tantos portugueses aderem cada vez mais e mais a propostas populistas e extremistas, e obriga, se me permitem, e com o devido respeito, a própria comunicação social a pensar se o que interessa cobrir nas vésperas das eleições são casos clínicos de candidatos a primeiro-ministro”, criticou.
Já em relação às expectativas nos resultados regionais, revela que tinham consciência que “dificilmente” elegeriam um deputado e que o objectivo foi apresentar uma equipa nova, renovada. O número um do partido na Madeira tem como fasquia de comparação em termos de resultados as últimas eleições legislativas regionais, realizadas a 23 de Março passado. “Vamos esperar porque efectivamente não sabemos se vamos ter menos que nas regionais, menos que nas anteriores legislativas”, reagiu.