Os eventos acontecem na propriedade de Donald Trump em Mar-a-lago, na Flórida. Segundo a revista Wired, os encontros individuais podem custar cinco milhões de dólares (aproximadamente 4,7 milhões de euros), já os jantares com outros convidados obrigam a um pagamento de um milhão (cerca de 900 mil euros) para a reserva do lugar.

O evento é organizado pela MAGA Inc, Make America Great Again, o comité de apoio e financiamento da candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Num convite a que a revista americana teve acesso, é possível ler que o seguinte “está convidado para um jantar à luz de velas com o convidado especial, o presidente Donald J. Trump (...) Detalhes adicionais serão fornecidos após resposta. As inscrições serão por ordem de chegada. O espaço é muito limitado. $1.000.000 por pessoa.”

Não é claro para onde o dinheiro possa estar a ir ou para o que possa estar a ser usado, mas uma fonte ligada ao processo explicou à revista que o montante será utilizado para a construção de uma biblioteca presidencial dedicada a Trump quando este deixar o cargo.

Encontros aconteceram antes da tomada de posse

Os jantares terão acontecido antes de Donald Trump tomar posse. Segundo o The Washington Post, os jantares aconteceram a 19 de dezembro e a 19 de janeiro - a noite anterior à tomada de posse - e cada participante pagou um milhão de dólares.

Apesar de ser comum a arrecadação de fundos para um segundo mandato, os pormenores que envolvem as festas organizadas pelo presidente americano - nomeadamente o local, o horário e o preço - são questões que preocupam os especialistas.

Citado pela Wired, Don Moynihan, professor de política pública na Universidade de Michigan, disse que não se lembra de um presidente em exercício que nas primeiras semanas de governação tenha pedido “milhões de dólares em arrecadação de fundos”.

Na sua opinião, a preocupação não é tanto sobre a arrecadação de fundos, mas sim “a falta de fronteiras éticas na atual administração Trump, onde não parece haver uma linha clara entre os negócios de Trump e a presidência”.