A greve dos maquinistas e dos revisores levou hoje à supressão de nove comboios (7%), dos 128 programados, entre as 00:00 e as 08:00, indicam dados da CP, refletindo as "supressões pontuais" anunciadas pelos sindicalistas.

De acordo com a CP, dos seis comboios de longo curso previstos para este período, apenas um não se realizou. Dos 35 regionais previstos, foram suprimidos três, e, no que respeita aos urbanos, apenas a circulação no Porto foi afetada, com a supressão de cinco dos 27 programados, tendo as de Lisboa (58) e Coimbra (2) decorrido com normalidade.

O Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) cumpre hoje o segundo dia de greve ao trabalho suplementar, a decorrer até quarta-feira, enquanto o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) iniciou hoje uma greve de revisores e trabalhadores de bilheteiras.

Esta greve é parcial, decorrendo entre as 05:00 as 08:30 de segunda-feira e terça-feira, sendo que no domingo e na quarta-feira a greve só afeta os comboios de longo curso de forma residual, segundo o sindicato.

Para esta greve foram decretados 25% de serviços mínimos.

Ainda segundo a CP, para o primeiro período da greve, até às 08:00, não estavam previstos serviços mínimos.

Luis Bravo, do SFRCI, disse à Lusa que as situações de supressão serão pontuais e "afetam só os comboios de longo curso, em que os trabalhadores irão repousar fora da sede".

António Domingues, presidente do SMAQ, disse também que o impacto da greve dos maquinistas é pontual, por ser apenas ao trabalho suplementar, acrescentando que a gradual redução do número de comboios suprimidos com o avançar da greve já estava prevista, conforme "a greve foi desenhada".

Os sindicatos estão em greve contra a imposição de aumentos salariais "que não repõem o poder de compra" e pela "negociação coletiva de aumentos salariais dignos" e pela "implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado".