Taiwan proibiu hoje os departamentos governamentais de utilizar o serviço da plataforma de inteligência artificial (IA) chinesa DeepSeek por temer "um risco para a segurança".
O primeiro-ministro taiwanês, Cho Jung-tai, explicou que a proibição tem como objetivo "garantir a segurança da informação do país", segundo a agência estatal CNA.
"Tendo em conta a importância de proteger a informação internas tratadas pelas agências governamentais, decidimos proibir completamente o uso dos serviços de IA da Deepseek para garantir a sua segurança", disse Cho durante uma reunião do seu governo.
Para Cho todas as aplicações de IA devem "ser desenvolvidas de acordo com o Estado de direito e um espírito de abertura" e "o serviço de IA DeepSeek pode ter violado a lei de direitos autorais na aquisição de fontes de dados".
"Há também preconceitos de dados, como censura ideológica e restrições na formação de modelos", alertou.
Portanto, o primeiro-ministro de Taiwan pediu especificamente às agências governamentais que proibissem "completamente" o uso dos serviços de IA da DeepSeek.
Taiwan tem denunciado, nos últimos anos, um aumento do número de ciberataques oriundos da China, assim como uma campanha de "guerra congnitiva" que procura pressionar o governo de Taipei, atualmente liderado pelo soberanista William Lai.
A DeepSeek provocou uma enorme turbulência nos mercados, a nível mundial, com o recente lançamento do seu modelo de IA V3, cujo desenvolvimento, diz a tecnológica, durou unicamente dois meses e custou menos de 6 milhões de dólares.
Em 20 de janeiro lançaou a última versão, o R1.
Lançado em 2023 pelo fundo chinês High-Flyer Quant, a DeepSeek aposta no código aberto e oferece serviços 95% mais baratos que o modelo o1 da OpenAI (dona do ChatGPT).
No entanto, a grande atenção que tem gerado - tem sido líder em 'downloads' [transferências] para dispositivos Apple nos Estados Unidos - também se traduziu em críticas, uma vez que a sua aplicação se recusa a comentar questões afetadas pela censura na China, como o Massacre de Tiananmen em 1989 ou se Taiwan faz parte da China.