Perante a fome que alastra em Gaza, dezenas de pessoas saíram à rua para exigirem uma posição do governo português. Em Lisboa, o protesto começou junto ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. No Porto, uma vigília decorreu ao longo do dia, na quarta-feira, em frente à Câmara Municipal.

Marcha em Lisboa

As panelas que usaram para se fazerem ouvir são também o símbolo da fome que se vive em Gaza.

Com outros símbolos e cartazes explícitos, o protesto organizado por um grupo de cidadãos que diz não ter ligações partidárias exigiu frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros pressão e ação do governo português.

Patricia Nabiço é uma das promotoras da marcha que juntou aos portugueses palestinianos longe do países incapazes de assistir sem nada fazer.

"Fazer declaração a apelar ao governo de Israel para acabar com as ações não é suficiente. Tenho de colocar pressão, fazendo embargos, aplicando sanções, cortando relações comerciais, económicas e com fornecimento de armamento ."

Só recentemente foi permitida a distribuição de ajuda humanitária, mas para quem regressa a Gaza ao fim de cinco meses a realidade sobrepoem-se às memórias. Os Médicos Sem Fronteiras fazem o que podem com os meios que são poucos para o número e gravidade de casos.

Vigília no Porto

O som dos tachos ecoa pela Avenida dos Aliados como grito de revolta. Dezenas de pessoas juntaram-se para um dia inteiro de vigília para exigir que o mundo olhe para a Faixa de Gaza.

Em frente à Câmara Municipal do Porto, uma instalação: 70 bonecos embrulhados em lençóis manchados de tinta vermelha.

A vigília contra a fome em Gaza arrancou às 09:00. Estava previsto durar 24 horas, mas a autarquia opôs-se, com base na Constituição Portuguesa. Durou até à 00:30, num total de 15 horas e meia.

Já quase dois anos que o mesmo grupo realiza vigílias diárias, entre as 09:00 e as 23:00 no mesmo local. Prometem continuar até ao fim do bloqueio israelita.