O presidente da Federação Portuguesa de Natação (FPN), Miguel Arrobas, disse hoje à Lusa que o balanço da organização dos Europeus de natação artística no Funchal é "muito positivo", pelo impulso que pode dar à modalidade no país.

"O balanço é muito positivo. Obviamente, é um desafio grande para a FPN a organização de um evento absoluto. Foi a primeira vez que o fizemos. Já de si, é o cumprimento deste objetivo. Também pela organização simultânea de Europeus e Taça COMEN, pela primeira vez", destacou, em entrevista à Lusa no final da competição no Complexo Olímpico de Piscinas do Funchal, na ilha da Madeira.

O dirigente federativo notou esta organização simultânea de um Europeu sénior de uma modalidade olímpica com uma Taça destinada a países do Mediterrâneo e nadadores juvenis, podendo "relançar a possibilidade de outros países fazerem esta organização simultânea" e assim fazerem "a ligação entre gerações, os do futuro e os melhores da atualidade".

"Juntámos todo este lote de atletas, algumas seleções fortíssimas a nível europeu e até mundial. (...) Deixa-nos orgulhosos, e espero que deixe marcas para a natação artística portuguesa", notou.

Portugal competiu nos Europeus com um dueto absoluto, Anna Luiza Carvalho e Inês Dubini, que somou um nono lugar, no dueto técnico, e um 13.º lugar, afetadas por doença, no livre.

Nos duetos mistos, fora do programa olímpico, Daniel Ascenso e Filipa Faria lograram o quarto lugar no livre e Ascenso e Maria Beatriz Gonçalves o quinto no técnico.

"A natação artística em Portugal tem crescido bastante, em interesse e nível de competição. Tivemos a infelicidade de ficarmos a uma 'unha negra' da qualificação para Paris2024 [com Gonçalves e Cheila Vieira]. Cabe-nos relançar a modalidade, pensando em estratégia e qual a melhor aposta", analisou Miguel Arrobas.

O presidente da FPN nota que o país tem "bons duetos, e um misto muito bom", com possibilidades de elevar o seu nível, a começar pelas duas jovens de 19 anos, "a lançar-se, quem sabe, para Los Angeles2028 ou Brisbane2032".

Entre os planos está manter a formação no país, "apoio a clubes e nadadores" e a participação internacional, nos "campeonatos mais importantes e em algumas Taças do Mundo", para lhes dar "competição e experiência" noutro nível.

Na Taça COMEN, por seu lado, foram conseguidos dois pódios: Maria Almeida e Luísa Maia lograram o bronze no dueto livre, enquanto Rodrigo Carvalho e Elisabete Fortunato alcançaram o mesmo posto no dueto misto livre.

"É um balanço positivo o que temos a retirar. Voltámos a esta prova. (...) [Estamos a] tentar criar a base que nos vai permitir desenvolver", disse à Lusa Rita Varandas, uma das treinadoras que acompanha o grupo.

Já Beatriz Gama, que também orientou os jovens, ganhar experiência internacional "é muito bom para eles", sobretudo após uma ausência de sete anos da Taça COMEN, primeiro passo internacional num "longo caminho" que se espera que possam vir a ter, e até uma equipa "com trajeto já feito" e entrosamento.