No início de julho, Przemyslaw Jeziorski, professor na Universidade da Califórnia, Berkeley, foi morto a tiro à queima-roupa quando se dirigia à casa da ex-mulher, em Agia Paraskevi, nos arredores de Atenas, na Grécia, para uma audiência de custódia dos dois filhos gémeos, de 10 anos. O atirador, com o rosto tapado, fugiu do local após disparar cinco tiros que atingiram o académico no peito e no pescoço.

Segundo a imprensa grega, o tiroteio ocorreu em frente à casa de Nadia Michelidaki, com quem se casou em 2014 e de quem se separou em 2018. O divórcio oficial só foi consumado no ano passado, após um processo litigioso que incluiu disputas pela guarda dos filhos e divisão de bens.

Fotografia de 2010, fornecida pela família, mostra Przemyslaw Jeziorski numa das suas aventuras (provavelmente na Colômbia).
Fotografia de 2010, fornecida pela família, mostra Przemyslaw Jeziorski numa das suas aventuras (provavelmente na Colômbia). University of California, Berkeley

Em maio deste ano, o professor de marketing da Haas School of Business apresentou uma ordem de restrição contra a ex-mulher. Acusava-a de ameaças, tentativas de extorsão e agressões físicas por parte do seu atual companheiro, Christos Dounias.

Segundo o San Francisco Chronicle, no pedido de ordem de restrição, Przemyslaw Jeziorski acusou a ex-mulher de violar o acordo de custódia e de se recusar a renovar os passaportes dos filhos, impedindo-o assim de viajar com eles para visitar os avós paternos, que se encontram em idade avançada.

Cinco suspeitos detidos, incluindo ex-mulher

Duas semanas após o crime, as autoridades gregas detiveram cinco pessoas, entre as quais Nadia Michelidaki e o seu atual companheiro. Os outros três detidos são cúmplices, dois cidadãos albaneses, de 24 e 16 anos, e um búlgaro de 30 anos, segundo o The New York Times.

A primeira audiência teve lugar esta quinta-feira, e os suspeitos foram acusados de homicídio intencional.

O advogado da ex-mulher nega qualquer envolvimento no crime, embora as autoridades afirmem que ela terá mandado executar o homicídio, levado a cabo pelo seu companheiro, que já terá “assumido a responsabilidade” pelo assassinato de Przemyslaw Jeziorski.

Nadia Michelidaki, que se encontrava sob custódia policial, vai permanecer detida até à audiência marcada para 21 de julho, quando um juiz decidirá se deverá continuar presa enquanto aguarda julgamento.