
O PS-Madeira reagiu esta quarta-feira ao novo Programa de Governo entregue na Assembleia Legislativa Regional, criticando fortemente a falta de inovação e de respostas para os problemas que afetam a população madeirense.
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“Este Programa de Governo não traz nada de novo e continua a não apresentar as soluções para os grandes problemas sentidos pelos madeirenses”, consideram os socialistas numa primeira análise ao documento. O partido acusa o Executivo de repetir estratégias já testadas e falhadas, mantendo-se alheio às dificuldades estruturais da Região.
Segundo o presidente do PS-M, Paulo Cafôfo, “se até agora não foram capazes de dar resposta aos problemas dos madeirenses, não será, certamente, com as mesmas soluções e com o mesmo modelo esgotado que irão agora fazê-lo”. O líder socialista acusa o Governo de apresentar um documento que mais parece um exercício de repetição do passado. “Estamos perante um ‘copy paste’ do passado”, afirma.
Paulo Cafôfo sublinha que, apesar da mudança de secretários regionais, “a política é a mesma e os problemas continuarão”. O dirigente destaca ainda a ausência de propostas ousadas e eficazes para resolver os desafios da população, criticando o que considera ser uma política excludente. “Este é um Governo que não é de todos e que exclui muitos”, afirma, alertando para a continuidade de problemas como as listas de espera na saúde, as dificuldades no acesso à habitação, os baixos salários e a elevada taxa de pobreza na Região.
“Este não é um Governo para todos, e a prova disso é que continuamos a ver o presidente do Governo a falar constantemente dos recordes do PIB, mas a riqueza gerada não chega à maioria dos madeirenses”, acrescenta.
O líder parlamentar do PS-M alerta também para o risco de muitas das medidas previstas não saírem do papel, lembrando o histórico de incumprimento de programas anteriores. “Para problemas de anos, eram exigíveis respostas diferentes”, sublinha, acrescentando que “nunca foi capaz de cumprir nenhum programa”.
Apesar das críticas, Cafôfo garantiu que o PS-M manterá uma postura propositiva. O partido continuará a apresentar propostas que promovam soluções alternativas nas áreas da habitação, saúde, salários, combate à pobreza, redução de impostos, diversificação económica, qualificação e valorização do setor primário. O objetivo, segundo o dirigente, é “resolver os problemas que o PSD nunca conseguiu resolver”.
O socialista aproveitou ainda para criticar a composição do novo Executivo, acusando-o de inflacionar a estrutura governativa para acomodar interesses partidários. “Este Governo é rápido em criar mais secretarias e gabinetes, mas é lento a resolver os problemas que afectam os madeirenses há anos”, conclui.