"Desde que começou os votos, venho sempre votar", afirma Maria Figueira, residente nas imediações da igreja paroquial de Santa Cecília, em Câmara de Lobos. Aos 77 anos, não falha uma ida às urnas e, este domingo, votou logo pela manhã, antes das 10 horas, na Assembleia de Voto instalada na Escola da Torre.

A septuagenária faz questão de manter o seu compromisso cívico e uma fidelidade inabalável quanto ao sentido de voto. “Desde que comecei a votar, venho sempre. É sempre o mesmo, enquanto eu for viva. Não há que enganar”, sublinha, com convicção.

Sobre as campanhas eleitorais, mostra-se indiferente às notícias e tempos de antena habituais. “Não ligo. Só quando passam por casa – no porta-a-porta –, já tenho coisas que me vão dando, gosto do meu mas aceito todos. Não sou contra ninguém. Quem ficar, se souber mandar, manda, se não souber, vai para a rua”, resume com franqueza e sabedoria popular.

A escolha de votar cedo não foi ao acaso: “Tenho de cuidar de uma senhora e tenho o almoço para fazer, e ainda tenho o Espírito Santo que vai passar lá de tarde, por isso vim agora de manhã”, contou ao DIÁRIO, referindo ainda que já tinha cumprido o preceito religioso no sábado: “Já fui à missa, mas fui ontem”.

Entre o dever cívico, os afazeres domésticos e a vivência religiosa, Maria Figueira é exemplo de uma geração que encara o acto de votar como um compromisso inadiável.