Comemorado desde 1997 e reconhecido pelas Nações Unidas em 2021, o Dia Mundial das Zonas Húmidas tem este ano como tema "Proteger as zonas húmidas para o nosso futuro comum".

Numa declaração a propósito da data, a secretária-geral da Convenção sobre Zonas Húmidas, Musonda Mumba, alerta que "o desenvolvimento insustentável, a poluição e as alterações climáticas continuam a ameaçar estes ecossistemas essenciais", acrescentando que "proteger as zonas húmidas para o nosso futuro comum exige a colaboração em políticas, regulamentos e iniciativas comunitárias que promovam uma conservação eficaz e um uso sustentável e racional".

Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), perderam-se em todo o mundo 35% destes ecossistemas desde 1970, "percentagem que se eleva a mais de 85% se recuarmos a 1700".

Na página 'online' do organismo adianta-se que "uma em cada três espécies de água doce, assim como 25% de todas as espécies das zonas húmidas enfrentam a extinção, devido à deterioração" daquelas zonas.

A perda de zonas húmidas é atribuída principalmente à sua conversão em áreas agrícolas.

A Convenção sobre Zonas Húmidas constitui um tratado intergovernamental, aprovado a 2 de fevereiro de 1971 na cidade iraniana de Ramsar, pelo que o pacto é geralmente conhecido como "Convenção de Ramsar", representando "o primeiro dos tratados globais sobre conservação".

O pacto entrou em vigor em 1975 e conta atualmente com 169 países contratantes em todos os continentes, que já designaram cerca de 2.200 sítios de importância internacional.

Portugal, que o assinou e ratificou em 1980, tem 31 zonas húmidas classificadas como Sítios Ramsar, entre os quais os estuário do Tejo, Sado e Mondego, as Rias Formosa e de Alvor, as lagoas de Albufeira e de Santo André e da Sancha, os pauis da Madriz, Tornada e Boquilobo e os sapais de Castro Marim.

Nos Açores, a caldeira da Graciosa e o caldeirão do Corvo, o complexo vulcânico das Sete Cidades, as fajãs dos Cubres e da Caldeira de Santo Cristo e os planaltos centrais da Terceira e das Flores são outros dos locais classificados como Zonas Húmidas de Interesse Internacional.

Em relação a atividades previstas para marcar a data, a plataforma Florestas.pt dá conta de uma saída de campo na terça-feira ao charco das Austrálias, no parque com o mesmo nome em Matosinhos.

Em Sesimbra, assinala-se o dia com a inauguração oficial no domingo do Centro de Atividades Ambientais e Desportivas (CAAD), criado pela autarquia, que juntamente com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e o ICNF organiza uma visita guiada para recolha de dados sobre aves, répteis, mamíferos, plantas e fungos, complementada pela recolha e análise de macroinvertebrados, na Lagoa de Albufeira -- Lagoa Pequena.

Segundo a imprensa local, na Área Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro d'Arcos (Ponte de Lima) classificada como Zona Húmida Internacional, vai realizar-se uma "caminhada interpretativa" no domingo, enquanto várias associações ambientalistas têm previstas várias atividades para o mesmo dia nas Alagoas Brancas (Lagoa).

Para o Sítio Natura da Ria de Alvor está marcada uma caminhada ""Desafio 5 Km", entre as 14:30 e as 16:00, seguido de lanche e na Serra da Estrela realiza-se um percurso interpretativo circular, de 14 quilómetros e com grau de dificuldade muito elevado, pelo Sítio Ramsar Planalto Superior da Serra da Estrela e Parte Superior do Rio Zêzere.

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Lusa/fim