Quando o encontramos, nos bastidores do palco principal do Meo Kalorama, Damiano David declara-se “preparado” para subir ao palco e reencontrar o público português. Ainda nem há um ano, estreava-se no país, com a banda que o catapultou para a fama, os Måneskin. Mas muito mudou nos últimos meses. Agora regressa com uma carreira a solo.
“A responsabilidade é mais minha neste espetáculo. Com a banda, podemos partilhar momentos. A solo, é um pouco mais cansativo”, admite, em entrevista à SIC Notícias.
O cantor italiano caba de lançar o álbum Funny Little Fears, que apresenta ao vivo, este sábado, no Parque da Bela Vista, em Lisboa.
“Estou muito feliz. O meu último espetáculo foi cancelado por causa da chuva, então estou com muita vontade de tocar”, partilha.
Damiano David – que considera que o público é sempre um reflexo da cultura do local – vê muitas semelhanças entre portugueses e italianos. “Somos muito calorosos e acolhedores”, afirma. “Espero um público bastante barulhento.”
O cantor deixa ainda uma confissão e uma promessa: “Gostava de saber falar mais português, assim podia ter preparado uma canção portuguesa, mas infelizmente não consigo. Para a próxima, vou tentar”.
Pais e filhos na primeria fila para ver Damiano
Eram 7h00, quando Margarida e os pais, Ana e Marco, chegaram ao Parque da Bela Vista, este sábado. Apesar de as portas do festival só abrirem às 16h00, queriam garantir que eram os primeiros na fila e assegurar um lugar à frente no palco onde Damiano David iria tocar à noitinha, por volta das 2h00.
A mãe de Margarida conta que vieram do Algarve no dia anterior e passaram a noite em Lisboa, para chegarem “bem cedo” ao Meo Kalorama. Quando as portas de entrada finalmente abriram, correram – Margarida com os dois pais atrás - e conseguiram ficar mesmo junto às grades do Palco Meo.
Sacríficios que valem a pena, para a jovem, fã incondicional de Damiano David. “Ele transmite coisas que para mim são reais”, justifica.
E quanto aos pais? “Somos obrigados a gostar”, afirma o pai. A filha reage com desaprovação. E a mãe intervém, numa postura conciliadora: “Gostamos também um bocadinho”.
No caso de Anabela, aconteceu precisamento o contrário. Foi ela quem puxou as filhas, Ana Rita e Madalena, para virem, de Setúbal até ao Parque da Bela Vista, ver o ídolo da mãe.
“Foi mais a mãe que incentivou a vir, porque ela é que gosta mais”, dizem.
Anabela conta que nao conhecia Damiano David enquanto vocalista dos Måneskin. A descoberta foi recente, mas arrebatadora.
“Não tinha um cantor favorito há muito tempo. Se repente, comecei a ouvir as músicas dele na rádio e quis saber quem era. A partir daí fiquei fã, comprei logo o CD dele”, confessa.
"Vou gostar do Damiano para sempre"
Basta continuar a seguir, em linha, a primeira fila em frente ao palco principal para encontrar cada vez mais pais e filhos que vêm, juntos, assistir ao cabeça de cartaz do Kalorama.
Irene veio de Portalegre. “E veio a stressar a mãe para chegar cedo!”, desabafa a mãe, Tamara.
Perguntamos a esta mãe se também gosta do cantor italiano. “Que remédio!”, atira. Mas, logo, depois, cede: “Por acaso, gosto. É jeitoso”.
Nesta saga de pais e filhos fãs, há quem venha, contudo, de ainda mais longe. Justine arrastou a mãe de França até Portugal para ver Damiano David.
"As datas para os concertos do artista em França já estavam esgotadas", explica.
Finalmente, encontramos Inês, de Montemor-o-Novo, também ela há longas horas à espera, para ver Damiano David. Vem com a mãe, Marta, que diz, pelo menos, “não desgostar” da música do italiano.
Já a filha, está rendida: “Gosto muito da voz dele, também o acho muito bonito, sou muito fã dele!”
Inês já tinha visto o cantor ao vivo, quando os Maneskin atuaram em Portugal, no ano passado. Era fã antes, e mantém-se fã agora - mesmo que a música que Damiano David agora faz - com sonoridades mais pop - em nada se pareça com o som rockeiro da banda que integrava. O músico pode ficar descansado.
“Não importa quantas vezes ele mude o género musical. Eu vou gostar sempre dele. Vou gostar do Damiano para sempre."