Milanovic, cuja candidatura foi apoiada pelo Partido Social Democrata (SDP, na oposição), ganhou a primeira volta das eleições, em 29 de dezembro, com 49,2% dos votos, à frente de Primorac, a escolha de 19,43% do eleitorado.

Cerca de 6.700 mesas de voto estarão abertas até às 19:00 na Croácia (18:00 em Lisboa), hora em que serão publicadas as primeiras projeções baseadas em sondagens à boca das urnas.

Meia hora depois, deverão ser publicados os primeiros resultados não oficiais e parciais da Comissão Eleitoral da Croácia.

As últimas sondagens da televisão privada Nova TV e da televisão pública HTV, publicadas na sexta-feira, antes do dia de reflexão, indicam que Milanovic obterá entre 63 e 67% dos votos, enquanto Primorac conseguirá um máximo de 28%.

Mas o resultado da primeira volta já foi uma surpresa, uma vez que uma sondagem à boca das urnas tinha dado a vitória a Milanovic sem necessidade de ir a uma segunda volta.

A Croácia, país de quatro milhões de habitantes, é membro da NATO desde 2009 e da União Europeia (UE) desde 2013.

Milanovic tem sido visto como contrapeso aos conservadores que dominam a política croata há 30 anos.

Os últimos anos foram marcados pela viragem de Milanovic para posições cada vez mais nacionalistas, eurocéticas e, segundo os seus críticos, pró-Rússia.

Milanovic - um jurista e diplomata de 58 anos que desempenhou as funções de primeiro-ministro entre 2011 e 2015 - é o candidato apoiado por uma frente política de oposição que junta o SDP e nove pequenos partidos de centro-esquerda.

O médico e investigador geneticista Dragan Primorac é o candidato do partido conservador União Democrática Croata (HDZ, na sigla em serbo-croata), do primeiro-ministro Andrej Plenkovic.

O cargo de Presidente na Croácia tem essencialmente poderes protocolares, mas também grande prestígio social e alguns poderes na política externa, para além de ser o comandante-chefe das Forças Armadas.

Milanovic tornou-se Presidente da Croácia em 2020, depois de vencer, com 53% dos votos, Kolinda Grabar-Kitarovic, candidata apoiada pelo HDZ.

O seu primeiro mandato foi marcado por confrontos e desentendimentos com o Governo e, pessoalmente, com o primeiro-ministro Plenkovic.

Durante a campanha eleitoral, Dragan Primorac prometeu apoiar a política pró-europeia e pró-NATO do primeiro-ministro, que acusa Milanovic de querer "arrastar a Croácia para o mundo russo".

Milanovic, por sua vez, afirmou já no início da invasão da Ucrânia que a NATO tinha provocado Moscovo com o seu alegado "desejo de alargamento", enquanto um dos 'slogans' em que mais insistiu nesta campanha foi o de que "o soldado croata não lutará nas guerras alheias".

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