A Comissão de Trabalhadores do INEM considerou intolerável a agressão ao técnico de emergência em Gondomar e exigiu que os agressores sejam "levados à justiça" e sejam aplicadas as “devidas e severas consequências”.

“A Comissão de Trabalhadores considera intolerável esta situação e exige que os agressores sejam levados à justiça e que sejam tiradas as devidas e severas consequências”, afirma.

Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores do INEM salienta que o incidente ocorrido na noite de sábado em Gondomar “não é um caso isolado”, mas “mais um exemplo do risco constante” que os trabalhadores enfrentam.

“É incompreensível que aqueles que dedicam a sua vida a salvar outras, sejam repetidamente vítimas de violência, desrespeito e ameaças”, defende.

A Comissão de Trabalhadores diz ainda que os técnicos não podem continuar a arriscar a vida e saúde “sem o devido reconhecimento da penosidade deste ambiente de prestação de cuidados”.

“O reconhecimento público, institucional e governamental dos riscos a que se expõem sistematicamente estes profissionais, urge. Não se aceitam medidas paliativas neste tipo de situações e este deve ser um compromisso que todos - autoridades, instituições e sociedade civil - devem assumir”, acrescenta.

Um técnico do INEM foi agredido e sofreu traumatismos na cara durante uma emergência na noite de sábado no concelho de Gondomar, no distrito do Porto.

Numa publicação na rede social Facebook, o INEM afirma que um técnico de emergência pré-hospitalar, ao serviço da ambulância de suporte imediato de vida de Gondomar "foi vítima de agressão" e a restante equipa, SIV e Bombeiros de Gondomar, "alvo de ameaças".

Contactado pela Lusa, o Comando Metropolitano do Porto da PSP afirmou que o agressor foi identificado e que se trata da vítima para a qual tinha sido chamada assistência médica.

A PSP elaborou o auto de ocorrência e remeteu o caso para o Ministério Público.

O técnico, que sofreu traumatismos na cara, foi levado para observação no Hospital de Santo António, no Porto.

"O INEM lamenta profundamente este incidente e recorda que o trabalho de todos os profissionais que se dedicam à emergência pré-hospitalar deve ser respeitado, apoiado e defendido", lê-se na publicação.

Defendendo que os profissionais "dão em cada missão o melhor de si", o INEM considera "absolutamente inaceitável" o ocorrido.

"O INEM vai ativar todos os meios legais ao seu alcance para defesa e proteção dos seus profissionais", acrescenta.

O incidente ocorreu um dia após a entrada em vigor da lei que agrava as penas para quem agredir polícias, guardas prisionais e bombeiros e alarga a isenção do pagamento de custas judiciais a professores e médicos agredidos.

Segundo esta lei, qualquer trabalhador das áreas da saúde e da educação passa a integrar a lista de profissionais contra os quais a agressão é suscetível de "revelar especial censurabilidade ou perversidade" e que pode ser considerada ofensa à integridade física qualificada.