Uma televisão da Palestina, ligada ao movimento fundamentalista Jihad Islâmica, anunciou esta quinta-feira a morte de cinco dos seus jornalistas, durante um ataque do exército de Israel no centro da Faixa de Gaza.
O exército de Israel afirmou, na plataforma de mensagens Telegram, ter realizado "um ataque preciso a um veículo com uma célula terrorista da Jihad Islâmica presente a bordo na zona de Nuseirat".
Em comunicado, o canal de televisão Al-Quds Today disse estar de luto pelos "cinco jornalistas martirizados: Faisal Abu Al-Qumsan, Ayman Al-Jadi, Ibrahim Al-Sheikh Khalil, Fadi Hassouna e Mohammed Al-Lada'a, mortos num ataque sionista que visou [um] veículo de transmissão externo".
A televisão disse que os funcionários foram mortos, esta madrugada, no campo de refugiados palestinianos de Nuseirat "enquanto cumpriam o dever jornalístico e humanitário".
O ataque constitui, disse o canal, "um crime que se soma à série de crimes da ocupação [israelita] contra jornalistas palestinianos".
"Enquanto lamentamos a perda (...), afirmamos que continuamos com a nossa mensagem de resistência nos 'media'", garantiu a Al-Quds Today.
Testemunhas disseram que um míssil disparado por um avião israelita atingiu diretamente o veículo dos jornalistas, estacionado em frente ao Hospital Al-Awda, no campo de Nuseirat. Os passageiros morreram e o veículo incendiou-se.
A explosão causou danos no hospital e um médico ficou gravemente ferido, disse o jornal palestiniano Filastín, também ligado à Jihad Islâmica.
As forças israelitas afirmaram que, "antes do ataque, foram tomadas várias medidas para reduzir o risco de ferir civis, incluindo o uso de munições precisas e vigilância aérea".
Na semana passada, o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos anunciou num comunicado que "mais de 190" jornalistas foram mortos e “mais de 400” ficaram feridos desde o início da guerra.
O atual conflito no Médio Oriente, que já causou dezenas de milhares de mortos, sobretudo em Gaza, foi desencadeado por um ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023.
Israel respondeu com uma intervenção militar de grande envergadura na Faixa de Gaza, mas o conflito estendeu-se ao Líbano por o movimento xiita libanês Hezbollah ter atacado alvos israelitas para ajudar o Hamas.
Desde 07 de outubro de 2023 já morreram 1.208 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da agência de notícias France-Presse baseada em números oficiais israelitas e incluindo reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro na Faixa de Gaza.
Mais de 45 mil palestinianos, sobretudo mulheres e crianças, foram mortos na campanha militar de retaliação de Israel em território palestiniano, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas para Gaza, considerados fiáveis pela ONU.