Paulo Santos assumiu, hoje, que os cidadãos são grandes difusores de informação falsa. O jornalista aponta que, muitas vezes, há alguma intenção deliberada, outras porque as pessoas só leem os títulos, porque se informam apenas pelas redes sociais, por iliteracia, porque são induzidos em erro pelos comentários ou porque têm ideias pré-definidas.

Está a decorrer, no Colégio dos Jesuítas, o colóquio internacional ‘A luta regional e local contra a desinformação na era da globalização e da pós-verdade’, um evento organizado pela Universidade da Madeira, através do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Artes e Humanidades, com a colaboração da Universidade de Vigo. Paulo Santos, coordenador de informação da RDP-Madeira, fala sobre “o papel da rádio e do serviço público no combate à desinformação”.

O jornalista da Antena 1-Madeira recordou o papel que a rádio teve no recente apagão, a 28 de Abril, que afectou a Península Ibérica. Apontou para a desinformação que começou a circular nas redes sociais sobre a origem deste problema.

Paulo Santos apontou que a desinformação interessa às corporações políticas, corporações empresariais, aos Estados, a outros grupos de interesses, pessoas organizadas em torno de ideias e internautas para obter tráfego.

Nesse sentido, apontou a figura do ‘trol’, uma pessoa especializada em disseminar falsas informações na internet, no fundo, é um “inimigo da verdade”, criando factos falsos, imagens falsas,… O jornalista apontou vários exemplos de notícias falsas que circularam em vários meios, fazendo ver, a uma plateia jovem, como podem os comentários nas redes sociais gerar desinformação.

Cidadãos são grandes difusores de informação falsa
Cidadãos são grandes difusores de informação falsa Foto Rui Silva/ASPRESS

Paulo Santos indicou a necessidade de se procurarem fontes de informação fidedigna, tentar cruzar as informações com várias fontes, apostar nos media tradicionais como fonte de informação, distinguir os factos das opiniões e consumir as notícias de forma regular, por forma a se manter actualizado.

O jornalista questionou ainda se os media são fidedignos. Nesse sentido, assumiu que essa credibilidade é sempre um objectivo, até porque há ‘um nome a defender’. Além disso, estão sujeitos a leis e códigos, utilizam métodos de verificação e baseiam-se em fontes primárias ou oficiais, ou na conformação rigorosa dos factos. “A gestão das notícias é feita por profissionais, treinados e formados”, apontou.

O coordenador de informação da RDP-Madeira assumiu que os media enganam-se, seja por falha humana, porque alguém tentou fornecer informação falsa, porque os factos se alteram de forma rápida ou pela necessidade de noticiar, devido à concorrência.