A passagem do ciclone Chido na região francesa de Mayotte (ilha localizado no Oceano Índico), este sábado, pode ter provocado "várias centenas" de mortes.

A informação foi avançada este domingo pelo principal responsável do território, François-Xavier Bieuville. À televisão Mayotte La 1ère, o autarca afirmou este domingo ser "extremamente difícil" obter para já o número exato de vítimas, mas admitiu que pode estar “próximo de um milhar ou mesmo de vários milhares”.

Já esta segunda-feira, a ministra da Saúde francesa alertou que o sistema de saúde local ficou “muito degradado com um hospital muito destruído e centros médicos igualmente inoperantes”. “O hospital sofreu danos significativos de água e também degradação, nomeadamente nas áreas de cirurgia, reanimação, urgência, maternidade, partes essenciais do funcionamento do hospital”, descreveu Geneviève Darrieussecq.

Localizada no sudeste do Oceano Índico, ao largo da costa de África, Mayotte é a ilha mais pobre de França e o território mais pobre da União Europeia. A confirmar-se o número de vítimas, esta será uma das piores catástrofe do século XXI em território francês.

Marcelo Rebelo de Sousa já enviou uma "mensagem de condolências e profunda solidariedade" ao homólogo francês. Também António Costa, enquanto presidente do Conselho Europeu, já expressou, via rede social X, "solidariedade com o povo de Mayotte e com as autoridades francesas" e garantiu que a União Europeia "continuará a apoiar todas as suas regiões ultraperiféricas".

Os efeitos do ciclone Chido foram também sentidos em Madagáscar e Moçambique. Há registo de pelo menos quatro mortos e 37 feridos nas províncias moçambicanas de Cabo Delgado e Nampula, onde a tempestade provocou inundações, cortes de eletricidade, quedas de árvores e danos em casas e barcos.