
A China afirmou hoje que, face às "tarifas intimidatórias" dos Estados Unidos, Pequim vai "promover inabalavelmente a abertura de alto nível", orientada para setores com alto valor agregado, e "injetar mais certeza na economia global".
"Os Estados Unidos anunciaram tarifas abusivas sobre todos os seus parceiros comerciais, incluindo a China, sob vários pretextos. Isto infringe gravemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e afeta a estabilidade da ordem económica mundial. A China condena veementemente e opõe-se firmemente a esta situação", disse um porta-voz do Ministério do Comércio, em conferência de imprensa.
O porta-voz acrescentou que a China, "na qualidade de segunda maior economia do mundo e segundo maior mercado de consumo de matérias-primas" e "face às tarifas agressivas dos EUA", "promoverá inabalavelmente uma abertura de alto nível" e "injetará mais segurança na economia global".
A China aumentou hoje de 34% para 84% as taxas sobre os produtos provenientes dos Estados Unidos que chegam ao gigante asiático, em resposta à tarifa adicional de 50% anunciada na terça-feira por Donald Trump, que elevou para 104% o total de taxas cobradas sobre os produtos chineses que entram no mercado norte-americano.
Após o anúncio de Pequim, na quarta-feira, Trump voltou a aumentar as tarifas sobre a China para um total de 125% com efeito imediato, ao mesmo tempo que declarou uma trégua de 90 dias na aplicação da maioria das tarifas sobre os restantes países do mundo anunciadas a 2 de abril.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo escalou rapidamente, numa altura de grande volatilidade nos mercados e de crescentes apelos internacionais à contenção. A China insistiu que não quer uma guerra comercial, mas que "não tem medo de a enfrentar se necessário".