
O deputado Francisco Gomes, eleito pelo CHEGA para a Assembleia da República, considera “uma afronta e um desrespeito” à Região Autónoma da Madeira o facto de o procedimento extraordinário de colocação de agentes da PSP ter resultado na atribuição de apenas quatro novos elementos ao Comando da Madeira.
Para o parlamentar, essa decisão demonstra "falta de consideração pelas necessidades dos madeirenses, em especial quando se verifica que a Região Autónoma dos Açores, com menos população, receberam vinte agentes".
“É incompreensível e ofensivo. A Madeira enfrenta problemas sérios no domínio da segurança pública e o governo da República decide enviar apenas quatro agentes. Isto revela profundo desinteresse pelas condições das Forças de Segurança que servem os madeirenses, que é algo que não toleramos", disse.
Francisco Gomes afirma dispor de informações que classifica como “preocupantes” que apontam para "um agravamento da criminalidade no arquipélago, com indícios de que os números reais da violência estão a ser ocultados".
Tenho recebido mensagens de pessoas no tereno que me dizem que os dados reais não estão a ser revelados. A criminalidade está a crescer e quem a combate sente isso todos os dias. É inaceitável esconder a realidade, ainda mais por alegadas pressões políticas". Francisco Gomes
O deputado acrescenta que também "já foi ultrapassado o número de 600 acidentes rodoviários apenas este ano, aos quais se somam, até ao momento, quatro mortes", o que, a seu ver, "evidencia a falta de agentes na Divisão de Trânsito da PSP".
“Não estamos apenas a falar de patrulhamento. Estamos a falar de vidas humanas, de um território onde os acidentes se acumulam, e onde faltam efectivos para garantir segurança rodoviária", acrescentou.
Por tudo isso, Francisco Gomes exige que o governo "reveja urgentemente a distribuição de efectivos e que as necessidades da Madeira sejam tidas em conta". O deputado sublinha que continuará a defender na Assembleia da República o reforço dos meios humanos e materiais das forças de segurança na Madeira.
“A Região precisa de meios adequados para fazer frente a uma situação cada vez mais grave. Se hoje a segurança pública na Madeira ainda se mantém, isso deve-se apenas à entrega e ao espírito de abnegação dos nossos agentes, que continuam a cumprir a sua missão com coragem, apesar da falta de apoio", concluiu.