
É através de comunicado que Francisco Gomes denuncia aquilo que considera ser uma “negligência grave e inaceitável” por parte do Estado. Em causa está a permanência de agentes das Forças de Segurança no activo com acesso a armas e munições, mesmo quando se encontram sob acompanhamento psiquiátrico, medicação controlada ou sinalizados por risco psicológico.
Para o deputado eleito à Assembleia da República pelo Chega, estas situações são "uma irresponsabilidade do mais alto nível", dado que que aumentam o risco de suicídios e de episódios de agressão a terceiros. Apesar de existirem protocolos, pareceres e instrumentos de avaliação, as chefias continuam, a seu ver, a ignorar os alertas emitidos pelos profissionais de saúde e pelas famílias.
"É escandaloso que o Estado permita que agentes sinalizados, medicados ou sob acompanhamento tenham acesso direto a armas. Isto é brincar com a vida dos próprios e com a vida de terceiros. Aliás, é uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento e todos fingem que não ouvem o ‘tic-tac’", diz.
Francisco Gomes também sublinhou o que considera ser o silêncio da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre este assunto, a quem acusa de “fechar os olhos por conveniência ou cobardia”, e exigiu uma resposta pública da ministra da Administração Interna.
O parlamentar do Chega afirma que os agentes são frequentemente deixados sozinhos a lidar com traumas, stress acumulado e desgaste profissional severo, sem apoio psicológico contínuo, sem estruturas de retaguarda e com um estigma permanente associado ao pedido de ajuda.
Para o deputado, "as forças de segurança estão a ser massacradas por má gestão, lideranças fracas e uma cultura de silêncio. Os agentes não precisam de perseguições nem de comunicados hipócritas, mas de apoio, respeito e uma estrutura que os proteja. A cada suicídio, o Estado morre um pouco".