O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro anunciou que terá alta hospitalar hoje, depois de três semanas internado após uma operação para desobstruir o intestino.

"Depois de três semanas, a alta hospitalar está prevista para hoje, domingo, às 10:00. Graças a Deus por este milagre (12 horas de cirurgia)", afirmou, nas suas redes sociais.

O antigo presidente, de 70 anos, confirmou também que participará, na quarta-feira, na manifestação que terá lugar na capital brasileira a favor de uma lei de amnistia para os condenados pelo golpe de 08 de janeiro de 2023.

"Regresso a casa revigorado. O meu próximo desafio: acompanhar a marcha pacífica pela amnistia humanitária na quarta-feira, 07 de maio, a partir das 16:00 locais, desde a Torre de TV até ao Congresso", disse.

O antigo chefe de Estado também agradeceu na sua mensagem o trabalho da equipa do hospital onde foi operado e esteve internado durante as últimas três semanas devido a uma grave oclusão intestinal.

Nos últimos dias, Bolsonaro apresentou uma evolução positiva, "sem dor ou febre" e "com a pressão arterial sob controlo", segundo o boletim médico de sábado.

Também foi suspensa a alimentação intravenosa, devido à "boa aceitação da dieta pastosa" por via oral.

Bolsonaro, que governou o Brasil entre 2019 e 2022, foi submetido a uma cirurgia intestinal em 13 de abril, dois dias depois de ter sentido dores fortes durante um comício político na cidade de Natal.

O ex-presidente já foi operado seis vezes para corrigir problemas digestivos desde que foi esfaqueado no abdómen por um doente mental, durante um comício na cidade de Juiz de Fora, em 2018, em plena campanha eleitoral desse ano.

A cirurgia de 13 de abril durou cerca de 12 horas, foi a mais complexa a que foi submetido desde a facada e serviu para desobstruir o intestino e reconstruir a parede abdominal, segundo os seus médicos.

Por outro lado, Bolsonaro será julgado pelo Supremo Tribunal Federal sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe para tentar manter-se no poder, após perder as eleições de 2022 para o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo os procuradores, a última tentativa da conspiração ocorreu a 08 de janeiro de 2023, quando milhares de apoiantes de extrema-direita invadiram as sedes da presidência, do Supremo Tribunal e do Congresso, numa tentativa de forçar uma intervenção militar e derrubar Lula, que tinha tomado posse uma semana antes.