O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro recebeu em casa um dirigente de uma comitiva da administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou na terça-feira um dos filhos do antigo líder.

"O conselheiro Sr. Pita se reuniu com o Presidente Jair Bolsonaro em sua casa, onde ele se recupera de uma cirurgia", escreveu nas redes sociais o deputado Eduardo Bolsonaro, acompanhado por uma fotografia do pai e do responsável da administração Trump.

O encontro teve lugar na segunda-feira na residência de Bolsonaro, um dia depois de ter recebido alta hospitalar, após três semanas de internamento na sequência de uma cirurgia ao intestino.

"Bolsonaro destacou as ameaças urgentes à democracia brasileira"

"Bolsonaro destacou as ameaças urgentes à democracia brasileira e aos interesses dos EUA na região. Pita manifestou apoio ao Presidente Bolsonaro e prometeu levar sua mensagem de volta para Washington DC, capital dos EUA", acrescentou Eduardo Bolsonaro.

Na segunda-feira, Ricardo Macedo Pita esteve reunido com o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Paulo Bilynskyj, do partido do ex-Presidente Jair Bolsonaro, líderes das Comissões de Segurança Pública das câmaras legislativas.

Flávio Bolsonaro afirmou que "o objetivo final" é que os EUA declarem o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho como organizações terroristas e colaborem com as autoridades brasileiras para as enfraquecer.

"Nós precisamos dessa interlocução com autoridades internacionais que estão acostumadas a combater esse tipo de marginal, inclusive declarando essas organizações aqui no Brasil como organizações terroristas", disse à Folha de São Paulo.

O senador também pediu ao Governo brasileiro que abrace a iniciativa e formalize qualquer tipo de acordo que possa ser feito com os EUA, seja financeiro ou de partilha de informações ou tecnologia.

Reforçar cooperação contra o crime organizado

Uma delegação dos Estados Unidos, liderada pelo chefe interino da Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, está em Brasília com a missão de reforçar o combate ao crime organizado, terrorismo e tráfico de drogas, anunciou a embaixada.

Em comunicado, a que a Lusa teve acesso, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília frisou que "a missão tem como objetivo fortalecer a cooperação bilateral no enfrentamento de organizações criminosas transnacionais, bem como os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas, contribuindo para a proteção dos cidadãos americanos e brasileiros".

Esta missão está alinhada "com a agenda 'America First' [América Primeiro]", sublinhou.

O chefe interino da Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, David Gamble, chegou na segunda-feira a Brasília e deverá permanecer no país até quarta-feira, numa delegação que conta ainda com o assessor sénior do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, Ricardo Macedo Pita.

"Os membros da delegação se reunirão com uma série de interlocutores no Brasil", disse a embaixada, que se escusou a detalhar à Lusa com quem a delegação se vai reunir.

- Com Lusa