As audiências do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, num julgamento por corrupção só vão acontecer em setembro, após uma decisão hoje anunciada pelo Tribunal distrital de Jerusalém.

Netanyahu tinha duas sessões de audiência marcadas para segunda e terça-feira, mas o advogado, Amit Hadad, pediu o adiamento por questões de saúde do primeiro-ministro, que terá sofrido uma intoxicação alimentar, referiu uma fonte oficial do político.

O Ministério Público ainda solicitou que essas audiências fossem reagendadas para o final da semana, mas o Tribunal distrital de Jerusalém acabou por decidir que só seriam retomadas em setembro, tendo em conta também as férias judiciais.

Na semana passada já tinha havido um adiamento da audiência do primeiro-ministro israelita devido aos recentes ataques contra a Síria.

O julgamento, que decorre no Tribunal Distrital de Telavive e teve início a 10 de dezembro passado, foi adiado em várias ocasiões, a pedido do próprio Netanyahu, invocando os diferentes acontecimentos ocorridos na região nos últimos meses, entre os quais a ofensiva em Gaza e a guerra com o Irão no mês de junho passado.

Netanyahu está a ser julgado por três casos de corrupção, acusado de suborno, fraude e abuso de confiança.

No primeiro caso, Netanyahu e a mulher, Sara, são acusados de aceitar artigos de luxo, como charutos, joias e champanhe, no valor de cerca de 250.000 euros, provenientes de multimilionários, em troca de favores políticos.

Nos outros dois casos, Netanyahu é acusado de tentar negociar uma cobertura mediática mais favorável em dois meios de comunicação social israelitas.

O primeiro-ministro israelita nega ter cometido qualquer crime e afirma que todas as acusações foram inventadas num golpe político liderado pela polícia e pelo Ministério Público.

O processo, em constante adiamento desde que foi aberto, em maio de 2020, parece longo e tudo indica que não haverá veredicto pelo menos até ao próximo ano.