Mais de 50 pessoas morreram nas últimas 24 horas na Faixa de Gaza devido a ataques aéreos israelitas, de acordo com fontes médicas citadas hoje pela agência de notícias palestiniana Wafa.

Onze civis, incluindo várias crianças, foram mortos e dezenas ficaram feridas --- a maioria delas com gravidade --- em Al Bureij, quando mísseis disparados pelas Forças de Defesa de Israel atingiram vários edifícios.

Na mesma zona do centro do enclave palestiniano, três outras crianças, incluindo dois irmãos, foram mortas, após um outro ataque aéreo ter atingido um grupo de civis abrigados dentro de uma tenda.

Em Jabalia, no norte, oito civis foram mortos e dezenas, incluindo mulheres e crianças, ficaram gravemente feridos em consequência de um ataque aéreo israelita que teve como alvo a casa de uma família.

Pelo menos quatro pessoas, incluindo uma criança, foram mortas em ataques aéreos contra a Cidade de Gaza, enquanto outros mortos foram registados em Khan Yunis e outras zonas do sul do território.

Gaza é alvo de uma ofensiva israelita desde o ataque do grupo extremista palestiniano Hamas contra Israel de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, 59 dos quais continuam em cativeiro.

A retaliação israelita provocou mais de 52.400 mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do território governado desde 2007 pelo Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Em 18 de março, as autoridades israelitas romperam um cessar-fogo acordado em janeiro com o Hamas. Desde então, os bombardeamentos causaram pelo menos 2.326 mortos e 6.050 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Ainda antes de romper unilateralmente a trégua, Israel já tinha imposto, em 02 de março, um bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, que permanece em vigor.

Na sexta-feira, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente acusou Israel de "punição coletiva" e de "cerco contra o povo de Gaza", após dois meses de bloqueio.

Philippe Lazzarini, comissário-geral da agência conhecida pela sigla em inglês UNRWA, escreveu que o cerco é "contra as crianças, as mulheres, os idosos e os homens civis".

"São coletivamente punidos por terem nascido e viverem em Gaza, algo que não depende deles", lamentou nas redes sociais .

O chefe da UNRWA disse que Israel tem de levantar o cerco e permitir a entrada de fornecimentos básicos.

Advertiu que "a cada dia que passa, o cerco mata silenciosamente mais crianças e mulheres, para além das que são mortas pelos bombardeamentos israelitas" no enclave.

Numa outra mensagem sobre os dois meses de bloqueio israelita, a agência da ONU disse que as provisões alimentares estão a escassear e que a ajuda continua bloqueada fora de Gaza, pronta a ser transportada.