
Um ataque de 'drones' russos contra Kiev atingiu esta noite várias casas, um centro comercial e feriu duas crianças de 14 e 17 anos, segundo informações que estão a ser avançadas pelo jornal The Kiev Independent.
A edição 'online' do jornal ucraniano cita autoridades locais que referem ter ouvido "uma onda de explosões" na capital ucraniana na madrugada de sábado para domingo e que acusam a Rússia de ter lançado um ataque com 'drones'.
Duas crianças de 14 e 17 anos ficaram feridas no ataque, disse o chefe da administração militar da cidade de Kiev, Tymur Tkachenko, através do seu canal oficial na plataforma Telegram, que está a ser citado pelo The Kiev Independent.
Os destroços dos 'drones' terão danificado várias casas e veículos em várias partes da cidade, incluindo os distritos de Shevchenkivskyi, Obolonskyi e Svyatoshynskyi.
No distrito de Obolonskyi, o centro comercial Dream Town ficou danificado e pelo menos sete carros e os andares superiores de um arranha-céus incendiaram-se, descreve o jornal, acrescentando que já foram enviados socorristas para os locais dos ataques.
A Rússia intensificou os seus ataques nas últimas semanas, o que resultou em várias vítimas civis registadas em Kryvyi Rih, Sumi, Odessa, Kharkiv e Kiev.
Kremlin propõe cessar-fogo a Kiev enquanto volta a atacar Kharkiv
Entretanto, o Presidente russo, Vladimir Putin, propôs um cessar-fogo de três dias por ocasião das comemorações do Dia da Vitória, que celebra a vitória europeia dos Aliados sobre o regime da Alemanha nazi, no final da Segunda Guerra Mundial, em 08 de maio 1945.
A proposta de Putin abrange o período entre os dias 08 e 10 de maio, e foi entretanto recusada por Volodymyr Zelensky.
Para o líder ucraniano, a proposta de Putin era apenas uma "representação teatral", destinada a atenuar o isolamento internacional da Rússia e a criar uma atmosfera favorável a Moscovo.
Zelensky defendeu que a proposta russa era curta para negociações, insistindo num cessar-fogo de pelo menos 30 dias.
A Rússia lamentou a recusa, defendendo que se destinava a "testar a disponibilidade de Kiev" para fazer a paz, segundo o porta-voz do Kremlin (presidência).
A trégua iria realizar-se durante as celebrações dos 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazi, a que Putin irá presidir em Moscovo.
O objetivo da trégua "é testar a disponibilidade de Kiev para encontrar um caminho para uma paz sustentável a longo prazo", afirmou Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O aniversário será assinalado no dia 09 com uma parada na Praça Vermelha a que deverão assistir duas dezenas de líderes estrangeiros, incluindo os Presidentes chinês, Xi Jinping, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).