De acordo com o "Monitor do Fogo", um estudo realizado através de imagens de satélite, 78% da área queimada no Brasil nesse período foi de vegetação nativa, principalmente matas (com gramíneas, arbustos baixos e árvores dispersas).

Vera Arruda, investigadora do MapBiomas, explicou que no primeiro trimestre do ano é verão no Brasil e, portanto, os dados "refletem a sazonalidade climática nos biomas brasileiros, com o período de chuvas na maior parte dos biomas resultando em uma redução geral das áreas queimadas".

Na Amazónia os incêndios florestais caíram 72% (atingindo 774 mil hectares) no primeiro trimestre face ao mesmo período de 2024, mas a região continuou a ser a mais devastada pelo fogo, concentrando 84% dos incêndios registados em todo o Brasil.

O estudo do Mapbiomas observou, porém, que os incêndios na Amazónia brasileira registados até março ocorreram principalmente no estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela e a Guiana, que tem um padrão climático diferente do restante da maior floresta tropical do planeta.

"Enquanto a maior parte do país passa pelo período chuvoso, Roraima passa pelo período seco no início do ano, o que torna o estado particularmente vulnerável a incêndios nesse período", explicou o invetigador do Mapbiomas Fuego, Felipe Martenexen.

Entre os principais biomas brasileiros, o Pantanal também registou uma redução significativa na área queimada (-85%), mas no Cerrado, o segundo maior bioma depois da Amazónia, a área devastada por incêndios aumentou 12%, de acordo com a análise.

Entre as áreas utilizadas para agricultura e pecuária, as pastagens foram as mais afetadas pelo fogo no país sul-americano, com 137 mil hectares queimados entre janeiro e março.

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